Em repúdio a perseguição do governo argentino contra os movimentos sociais daquele país e a prisão de seis ativistas da cidade de Caleta Olivia, na província de Santa Cruz, uma comissão de dirigente sindicais, estudantis e do movimento popular está solicitando uma audiência com o Cônsul da Argentina, em São Paulo, Norberto Vieira.

Abaixo a solicitação da audiência.

São Paulo, 22 de Outubro de 2004

Ao Exmo Senhor Cônsul da Argentina em São Paulo

Norberto Vidal

Em virtude dos recentes acontecimentos ocorridos na Argentina, que afetam a vida do movimento operário e popular internacional, solicitamos uma audiência para o dia 28 de Outubro de 2004 às 10 horas da manhã.

O objetivo é a entrega de abaixo-assinado e moções de solidariedade referentes a Criminalização dos Movimentos Sociais que está ocorrendo em vosso país.

Na ocasião estarão presentes parlamentares (vereadores e deputados federais), dirigentes sindicais, populares e do movimento estudantil.

Nestes Termos

Pede Deferimento,

Dirceu Travesso
Diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo

Luiz Carlos Prates
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região

Américo Gomes
Diretor do Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo.

Oraldo Paiva
Diretor da Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais.

Francisco de Assis Cabral
Coordenador da Coordenadora de Lutas dos Movimentos Populares

Julia Eberhart
Diretora da União Nacional dos Estudantes – UNE

ENTENDA O CASO

A repressão em Santa Cruz, onde fica a cidade de Caleta Olivia, na Argentina, ficou ainda mais forte. Há alguns dias, 36 manifestantes que participavam da ocupação da fábrica Termap foram desalojados violentamente, presos e torturados. Denunciou-se inclusive a participação de bandos paramilitares ou grupos privados de repressão. A reação da sociedade argentina foi muito forte, com a participação de Madres de la Plaza de Mayo e organismos de direitos humanos. Devido à enorme repercussão, a maioria dos manifestantes foi liberada, mas seis ainda permanecem presos.

Tortura e violação de direitos

Os seguranças da empresa ocupada molharam durante bastante tempo (às três da manhã de uma noite fria) com água gelada os manifestantes, e depois os prenderam, levando-os à delegacia, atuando como um bando paramilitar dividindo tarefas com a polícia.

Depois de presos, os manifestantes sofreram torturas e socos na cabeça. Uma mulher foi deixada nua e ameaçada de estupro. Tudo isso somado à política de imputar denúncias que forcem a prisão preventiva até o julgamento.

Campanha se fortalece

A única forma de defesa que têm os presos é a mobilização de vários setores sociais dentro e fora da Argentina. Há um expressivo setor da classe trabalhadora argentina e da sociedade que enfrenta essa virada repressiva do governo, que responde aos interesses das multinacionais e do FMI.

Continuamente chegam mensagens de protesto de vários países, bem como cartas aos manifestantes. Da Rússia, chegaram mensagens do POI (Partido Operário Internacionalista), do Konsomol e de dois deputados da Duma (Parlamento russo). Os presos também receberam a solidariedade da COB (Central Operária Boliviana), de três deputados do Bloco de Esquerda, de Portugal, do historiador Carlos Taibo e de inúmeras entidades da Espanha, de diversas organizações e personalidades mexicanas, bem como da Inglaterra, França, Bélgica e de praticamente toda a América Latina.

SOLIDARIEDADE

Do Brasil, já enviaram mensagens, além do PSTU, várias entidades, entre elas Federação dos Metalúrgicos de Minas Gerais, professores do Rio de Janeiro, Metalúrgicos de São José dos Campos e outros, além de entidades estudantis. Se você pertence a algum sindicato ou entidade, envie um e-mail para:

• Presidente Néstor Kirchner
[email protected]

• Governador de Santa Cruz, Sérgio E. Acevedo
[email protected]

• Juiz Marcelo M. Bailaque
[email protected]
[email protected]

Envie cópia para:
[email protected]
[email protected]