No final de 2007, Orlando Chirino, importante sindicalista venezuelano e coordenador da União Nacional de Trabalhadores (UNT), foi demitido da PDVSA, estatal petroleira venezuelana.
O desligamento de Chirino tem razões políticas. Um dos principais impulsionadores da Corrente Classista Unitária, Revolucionária e Autônoma (C-Cura), o sindicalista vem fazendo oposição ao governo de Hugo Chávez inclusive a seu projeto de Constituição – e combatido os representantes do governo no sindicalismo. As razões desta perseguição obedecem à minha oposição às práticas burocráticas e corruptas na indústria e à defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores, destacou. Além disso, a demissão foi marcada por várias irregularidades e desrespeitou leis que protegem a atuação sindical. Chirino foi demitido sem justificativas, mesmo protegido pela Lei Orgânica do Trabalho como dirigente sindical.
A demissão não pode ser vista como um ato isolado. Foi um violento ataque à liberdade sindical na Venezuela. Infelizmente, muitos defensores do chavismo ignoram os ataques à autonomia dos sindicatos desferidos pelo governo. Com minha demissão, pela via negativa, se pode compreender a importância da luta pela autonomia sindical que tanto temos defendido, destacou Chirino.
O sindicalista cumpriu um importante papel contra o golpe de estado de abril de 2002. Mas enquanto ataca e demite o sindicalista que lutou contra o golpe de Estado, Chávez inicia um processo de reaproximação com a oposição de direita. Por isso perdoa os assassinos e golpistas e permite que especuladores faturem milhões com o desabastecimento de alimentos e a inflação.
Exigimos a reintegração imediata a PDVSA de Orlando Chirino. Chamamos todos os sindicatos a manifestar repúdio a essa medida do governo Chávez contra a autonomia sindical.
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