Refletindo o objetivo da Conlutas de organizar os diversos movimentos sociais, a reunião da Coordenação Nacional reservou espaço para a reunião dos Grupos de Trabalho (GTs) de Negros e Negras, Mulheres e Gays e Lésbicas (GLBT).

Apesar das especificidades de cada setor e dos diferentes ritmos de organização, as reuniões dos grupos demonstraram um importante avanço rumo à vinculação entre a luta contra a opressão e a luta contra a exploração capitalista. Veja, abaixo, depoimentos dos dirigentes dos GTs.

Mulheres: rumo ao Encontro Nacional

Os dois pontos fundamentais discutidos no GT foram o 8 de Março e o Encontro Nacional de Mulheres, dois eventos que relacionam-se intimamente com o Congresso Nacional da Conlutas. No 8 de Março, queremos aglutinar setores dos movimentos feminista, sindical e popular dispostos a construir uma alternativa classista, feminista e de oposição ao governo Lula e seus aliados. São estes mesmos setores que queremos levar ao Encontro, em abril, para debater a construção de um programa e um plano de lutas para apresentar ao Congresso da Conlutas, em julho. Este evento poderá cumprir um importante papel no sentido de fazer com que as entidades filiadas à Conlutas discutam como, de forma conseqüente e permanente, incorporar a luta contra a opressão da mulher, como a de todos os demais setores oprimidos, na luta contra o capitalismo.”

Janaína Rodrigues, da Oposição Alternativa da Apeoesp (SP)

Negros e Negras: é hora de levantar o Quilombo
Cerca de 40 pessoas participaram da discussão sobre a execução das decisões do encontro do ano passado.

A nossa principal deliberação foi divulgar nas entidades sindicais, estudantis e dos movimentos popular e negro o chamado a construir um novo movimento negro, que seja abertamente anticapitalista, socialista e independente e de oposição ao governo Lula. Vamos, a partir de meados de março, organizar encontros nos estados e regionais, convocando as entidades e ativistas para debater as resoluções do Encontro e organizar a ida ao Congresso, onde iremos montar um Quilombo, um espaço que além de concentrar as manifestações da cultura e da arte afro-brasileira, terá como objetivo central divulgar as resoluções do encontro e, principalmente, o lançamento do novo movimento negro.”

Dayse Oliveira, do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (RJ)

Gays e lésbicas: um passo à frente
Foi a primeira reunião do Grupo de Trabalho GLBT, desvinculada do de Mulheres. O grupo aprovou a realização, durante o Encontro de Mulheres da Conlutas, de uma reunião nacional para discutir a participação dos ativistas homossexuais no Congresso da Conlutas, bem como pontos para um programa contra a homofobia.

Esta reunião foi muito positiva, com a participação de cerca de 20 ativistas de diferentes sindicatos e movimentos sociais e discutiu que, neste momento que antecede o congresso da Conlutas, a participação do setor GLBT e seu processo de construção acontecerão paralelamente à denúncia da conferência que o governo Lula e seus aliados nos movimentos estão convocando para maio. Um debate que, inclusive, já está sendo aberto com várias entidades GLBTs que, hoje, procuram a Conlutas como alternativa de organização diante da vergonhosa cooptação sofrida pelas entidades governistas.”

Douglas Borges, professor

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