Os servidores da Cultura, do Ibama e do Incra estão em greve em todo o país. Além disso, os servidores do Ipen estão mobilizados com perspectivas de greve. Há ainda um indicativo de greve nacional unificada dos servidores federais para a primeira quinzena de junho, aprovado na última Plenária Nacional dos Servidores Federais, convocada pela CNESF (Coordenação Nacional das Entidades de Servidores Federais).

A greve da Cultura já atinge 20 estados e o Distrito Federal. Os servidores do Ibama estão parados em 13 estados e no Distrito Federal. O Incra já iniciou greve em 20 estados e Distrito Federal. Na Ciência e Tecnologia, já teve início a greve da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), no Rio de Janeiro.

Os setores que já estão em greve ou em mobilização reivindicam atendimento às suas demandas específicas e também lutam contra a imposição de um arrocho por 10 anos, previsto pelo PLP 01 do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Além destes setores de servidores do Executivo, também estão em greve nacional desde o dia 28 de maio os servidores técnicos-administrativos das universidades federais. Já estão paradas mais de 30 universidades em todo o país.

Reivindicações específicas
Os servidores da Cultura reivindicam o cumprimento imediato do acordo firmado em 2005 pelo governo com a categoria, que trata da implementação do Plano Especial de Cargos.

Os servidores do Ibama lutam contra a Medida Provisória 366/2007, que estabelece uma arbitrária divisão do Instituto. O governo quer enfraquecer o Ibama através da criação do Instituto Chico Mendes. A criação do novo instituto divide as funções do Ibama, bem como seus recursos, numa clara tentativa de destruir o órgão. O próprio Lula já chegou a declarar que “se pudesse acabaria com o Ibama”. Tudo isso porque o governo reclama da demora na liberação das licenças ambientais para o encaminhamento de obras do PAC, que são compromisso do governo com os grandes empresários, independente de suas conseqüências ambientais.

Os servidores do Incra fazem greve em defesa da reestruturação do Plano de Carreiras e pela realização de concurso público no órgão. Desde que assumiu o primeiro mandato, o governo Lula promete realizar concurso para o preenchimento de 4500 vagas. Disso, foi realizado concurso até hoje apenas para 1300, sendo que destas vagas preenchidas, houve ainda centenas de desistências, devido aos baixíssimos salários. Por isso, a luta pelo concurso e contratação de mais servidores está ligada à luta salarial e também à mobilização contra o PLP 01 do PAC, que congela ainda mais os salários já rebaixados da categoria.

Os servidores da Ciência e Tecnologia lutam pela implementação imediata da nova tabela salarial e em defesa da carreira. Os servidores também lutam contra o PLP 01 do PAC, que congela os salários por mais 10 anos.

Calendário Nacional
Tais greves ganham força em um momento que a categoria e os trabalhadores vivem grandes ataques de conjunto, como a ameaça do fim do direito de greve e uma nova reforma da Previdência. Por isso, em todo o país, os servidores federais também estiveram nos protestos da Jornada de Lutas do dia 23 de maio, contra os diversos ataques que o governo vem anunciando.

Uma nova Plenária Nacional dos Federais ocorreu no dia 3 de junho, e aprovou um calendário de lutas contra os ataques do governo aos direitos dos trabalhadores. O calendário é parte da Campanha Salarial Unificada da categoria e prevê uma jornada nacional de mobilizações, de 11 a 15 de junho, caravanas a Brasília dos setores em greve, no dia 12 de junho, e participação no ato do MST, no dia 14 de junho. A plenária também aprovou que o funcionalismo está em estado de greve, como parte da construção da greve unificada.