A paralisação é uma resposta ao reajuste de 0,1% do governo Lula e o pontapé inicial para a greve nacional da categoria que já tem indicativo para a primeira quinzena de junhoNas “mesas de enrolação”, o discurso do governo é sempre o mesmo: não há recursos para um reajuste linear e a política segue sendo de reajustes por categorias. Sob o argumento de corrigir as distorções salariais, Lula impõe a política da “socialização da miséria”, ou seja, não recompõe completamente as perdas dos salários mais baixos, mas aplica um arrocho brutal entre aqueles que ganham um salário mais compatível com a realidade brasileira. Dessa forma, não resolve a vida dos servidores com renda mais baixa e contribui para a diminuição do poder aquisitivo dos que recebem um pouco a mais.

Unidade, mobilização e luta
A plenária nacional dos servidores federais de 24 de abril recuperou o rumo da mobilização e da luta, como ferramentas essenciais para o enfrentamento com Lula e seu projeto de reformas e arrocho salarial. A pressão pela luta unitária, verificada em várias assembléias com aprovação da moção apresentada pelos militantes do PSTU, deu o tom para os debates em plenário. Um dia antes, a maioria das entidades já havia aprovado em suas plenárias o índice de 18%, correspondente às perdas do governo Lula, como antecipação das perdas acumuladas desde janeiro de 1995.

Derrotando o divisionismo governista da maioria da direção da CONDSEF (Coordenação Nacional dos Trabalhadores do Serviço Público Federal), que defendia o “reajuste reeleição” (pagamento da diferença entre perdas e concessões, desde 1995, em três parcelas até 2007), os mais de 350 presentes sinalizaram para todas as direções que não aceitam a divisão ocorrida no ano passado e querem construir a greve unitária do funcionalismo. Para não se desmoralizar perante a derrota iminente, a poucos instantes da votação dos eixos e do calendário, a direção da CONDSEF decidiu apoiar as propostas unitárias construídas um dia antes na reunião da CNESF (Coordenação Nacional das Entidades dos Servidores Federais).

Garantir a mobilização pela base
A paralisação nacional, marcada para 18 de maio, junto com o índice unitário de 18%, foi uma das mais importantes deliberações e aponta para o governo que os servidores não estão para brincadeira. Todavia, é preciso construir a mobilização por baixo, apostar nas reuniões por local de trabalho e nas assembléias de base.
Para evitar o vacilo das direções e a rearticulação dos governistas – que não estão derrotados totalmente –, é fundamental a realização de uma grande paralisação nacional com atos unitários nos estados e deslocamento de caravanas das cidades do interior para as capitais. É preciso, ainda, instrumentalizar essas atividades, dando importância vital à reativação das Coordenações Estaduais dos SPF’s, reunindo todas as entidades, além da criação das comissões de mobilizações em todas as categorias.

Calendário de Luta

>> Maio
18 – Paralisação nacional com atos unificados nos estados;
21 – Plenárias setoriais;
22 – Plenária nacional;

>> Junho
Greve por tempo indeterminado, indicada para o dia 2.

Post author Paulo Barela, da Direção Nacional do PSTU
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