São Paulo está vivendo uma onda de greves dos servidores estaduais. O motivo é o mesmo dos servidores federais: lutar contra o arrocho salarial provocado pela política econômica do governo Lula, cuja manifestação nos estados se justifica pelo cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), aplicada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Na Saúde, os trabalhadores estão parados há duas semanas. São 27 hospitais em greve, além de inúmeras unidades em todo Estado. No dia 15, sexta-feira, ocorreu um ato, com a participação de 400 funcionários em greve, em frente a Secretária de Estado da Saúde. Os médicos do Instituto Emílio Ribas também aderiram à paralisação. No interior do Estado, avança a mobilização. Em Presidente Prudente, trabalhadores em greve fizeram passeata no centro da cidade. O mesmo ocorreu em Ribeirão Preto com a presença de aproximadamente 500 grevistas.

Os funcionários da Sabesp (Empresa de Saneamento de São Paulo) também prometem entrar em mobilização.

Metroviários em campanha
Os trabalhadores da empresa de Metrô de São Paulo estão em campanha salarial. Eles estão reivindicando a reposição das perdas salariais do último período. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Sócios Econômicos), a perda salarial acumulada no período é de 4,36%. Além de recompor os salários, o Metrô teria de pagar um salário de abono, para cobrir a diferença do parcelamento do reajuste de 18,13%, conquistado em 2003. A categoria também reivindica o pagamento de 7,5% de produtividade, em virtude da redução do quadro de funcionários e a conseqüente sobrecarga de trabalho. No dia 19, as negociações da campanha se encerram e será realizada uma assembléia para decidir os próximos passos do movimento.

Unificar as lutas de todos os servidores
A maioria governista da CUT São Paulo, com o intuito de livrar a cara de Lula, só faz a denúncia do governo Alckmin. Entretanto, para derrotar a intransigência e a repressão do governo do Estado de São Paulo, é preciso derrotar a política econômica do governo federal, que só beneficia os banqueiros e o FMI. E pra isso, é necessário unificar as lutas dos servidores federais com a dos estaduais, construindo um calendário comum de mobilização.

Post author Dirceu Travesso, da CUT/ SP e da Direção Nacional do PSTU
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