No dia 10, cerca de 2 mil servidores públicos federais, de diversos estados, fizeram uma passeata em Brasília para exigir do governo Lula o cumprimento dos acordos salariais assinados em 2005.

Desde março, vários setores do funcionalismo federal estão em greve. Na semana passada, foi editada a Medida Provisória (MP) 295, que garantiu o pagamento dos acordos para 140 mil servidores, entre eles os trabalhadores do Banco Central (que suspenderam a greve), das carreiras de Ciência e Tecnologia (IBGE, Fiocruz, CNEN etc.), docentes das escolas técnicas e do ensino superior, entre outros.

A MP contemplou apenas uma pequena parte do funcionalismo federal. A maioria das categorias em greve corre o risco de não ter nenhum reajuste. Um exemplo é o acordo dos técnicos da base do Sinasefe – que o governo quer pagar o reajuste só em julho, quando no acordo anterior o pagamento seria retroativo a fevereiro deste ano. Para os auditores fiscais da Receita Federal, da Previdência e do Trabalho, como também para o Judiciário Federal, o governo já avisou que não vai pagar nada.

Para os servidores do Plano de Cargos e Carreira (PCC), o governo se limitou a apresentar uma proposta rebaixada, que discrimina os aposentados.

Desta forma, Lula nega as reivindicações dos setores que lutam por planos de carreira específicos, como os servidores da Agricultura, da Funai, do Departamento do Fundo de Marinha Mercante, da Fazenda, etc.

Frente aos ataques, a resposta dos servidores é à mobilização. Setores que estavam em greve continuam a luta e novos setores estão aderindo a mobilização. Não é possível confiar que este governo vá cumprir os acordos assinados.

A última plenária nacional dos servidores federais, do dia 4, votou a realização de atos unificados nos estados na semana entre os dias 6 e 13. Em São Paulo, o ato em defesa do cumprimento dos acordos será no dia 7, às 14h30, em frente à DRT/SP. Está prevista também uma paralisação dos trabalhadores da saúde e Previdência do Rio de Janeiro no próximo dia 6.

Unificar as lutas para conquistar vitórias
Na plenária da Coordenação Nacional dos Servidores Federais (Cnesf), a Conlutas defendeu a continuidade das mobilizações para garantir o atendimento das reivindicações dos servidores. Um bom exemplo disso é a greve unitária dos funcionários e docentes das escolas técnicas federais, Cefet’s, escolas agrotécnicas federais e colégio Pedro II, onde os docentes, apesar de terem sido contemplados com a edição da MP, continuam em greve em solidariedade aos servidores técnico-administrativos. Em cada estado, devemos procurar outras categorias que estão em mobilização e propor ações conjuntas.

Conlutas fará parte da Cnesf
A mesma plenária votou que a Conlutas fará parte da Cnesf, se integrando como mais um membro da Coordenação. Os servidores federais poderão contar com o compromisso da entidade em defender as suas reivindicações e também com a luta contra as direções governistas da CUT e contra o governo Lula.
Post author Genilda Souza, de São Paulo
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