Neste 28 de julho, cerca de 200 servidores do INSS de São Paulo ocuparam o prédio da superintendência do Estado, localizado no viaduto Santa Efigênia. A ocupação foi uma deliberação de assembléia da categoria, realizada às 11 horas da manhã do mesmo dia, em frente ao prédio.

O motivo da ocupação foi uma decisão nacional da categoria pela radicalização da greve, já que o governo se mostra intransigente nas negociações e ainda cortou os salários dos grevistas. Numa carta enviada ao governo, os servidores avisaram que irão intensificar e radicalizar greve em todo o país, exigindo a reabertura de negociação.

Com a ocupação, o superintendente conversou com o comando de greve, que encaminhou um documento por fax aos ministros Nelson Machado (Previdência), Saraiva Felipe (Saúde) e Luis Marinho (Trabalho). No documento, os servidores reivindicam a abertura de negociação e a reversão do corte dos salários.

Segundo Diná Neres, do SINSPREV-SP, “estamos radicalizando a greve para que o governo abra negociação e reverta essa punição. Em alguns estados, os servidores já conseguiram liminar na justiça impedindo o corte. Mas, em São Paulo, os hollerites estão zerados”.

Os grevistas permanecerão no prédio da superintendência até que sejam reabertas as negociações com o governo federal. Os servidores do Ministério da Saúde e do INSS estão em greve nacional há 58 dias, com 23 estados paralisados.

Os servidores reivindicam 18% de reajuste emergencial, com uma política de reposição das perdas históricas acumuladas. O governo não apresentou nenhuma proposta de reajuste real de salários, apenas uma proposta de gratificação vinculada ao desempenho, que foi rejeitada pelos servidores. Com isso, o Planejamento suspendeu unilateralmente as negociações e disse que começaria a descontar os salários dos grevistas. O Ministério Público Federal também ameaçou que, caso a greve não termine até o fim desta semana, acionará a Justiça e determinará a abertura imediata das agências.

Radicalização nacional
A radicalização ocorre em todo o país. A categoria reduziu o ritmo de atendimento ao público e, em alguns dos postos de maior movimento do Distrito Federal, a prestação dos serviços mínimos ficou prejudicada. No dia 28, vários servidores também ocuparam o prédio do Ministério da Previdência em Brasília e permaneceram durante sete horas na porta do gabinete do ministro Nelson Machado.

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