Nos dias 3, 4 e 5 de novembro foi realizado o II Congresso dos Servidores Públicos Municipais de Teresina. A instância máxima do Sindserm não se reunia desde o ano de 1995 e os 270 delegados, eleitos em cada local de trabalho, representando 4.600 filiados de uma categoria com aproximadamente 12.000 servidores efetivos tomaram importantes decisões.

Após vários debates e plenárias sobre temas específicos da categoria, o momento crucial veio na plenária final. Os servidores municipais de Teresina, em assembléia realizada em maio desse ano, já haviam suspendido a filiação à CUT, dando início a um processo de discussão na base, subsidiado pelo jornal da entidade. A idéia era tomar uma posição definitiva apenas no Congresso da categoria.

A tese apresentada e assinada pelo PSTU era a desfiliação definitiva e imediata da CUT, participação do sindicato no Conat da Conlutas para discutir as condições de filiação e a decisão sobre filiação à nova central numa assembléia posterior.

Quadros do PT e PcdoB iniciaram a discussão com a velha tese de que ainda daria pra mudar os rumos da CUT. Logo em seguida, um importante quadro do P-SOL na categoria colocou-se numa perigosa neutralidade em relação à questão da desfiliação, provocando uma dúvida em relação à posição daquele partido. A situação começou a se reverter quando os quadros do PSTU resgataram a participação da Conlutas/Piauí em todos os momentos da última greve da categoria; a ausência total da CUT nas lutas e a fuga tanto do debate de conjuntura na abertura do congresso quanto do debate sobre as reformas sindical e trabalhista, em que apenas o representante da Conlutas compareceu.

O presidente do P-SOL municipal não ficou em cima do muro e, ao contrário do seu colega de partido, defendeu vigorosamente a desfiliação imediata da CUT e a ida de uma delegação ao CONAT, em abril de 2006. O “surrado” discurso de despartidarização do sindicato, principalmente de ex-petistas, apareceu em algumas falas, mas não conseguiram desviar o foco da discussão.

Os oradores do PSTU também lembraram a traição de João de Moura (presidente da CUT estadual) e de presidentes de vários sindicatos ligados ao PT, que assinaram um acordo com o governo petista de Wellington Dias, retirando direitos históricos que o próprio PT ajudou a conquistar. O presidente do Sindserm (ex-Fórum Socialista), mesmo alegando que a CUT ainda poderia ser disputada, defendeu com firmeza a tese da desfiliação.

A vitória da tese da desfiliação foi esmagadora. Os votos pela permanência na CUT (02) perderam até para as abstenções (06).

CONAT da CONLUTAS 2006: SINDSERM DE TERESINA, PRESENTE !