É necessário unificar a Campanha Salarial para garantir acordos e derrotar o arrocho do governoA política de divisão do funcionalismo público imposta pelas direções governistas desde 2003, a fim de evitar um forte embate da categoria contra Lula, impõe cada vez mais arrocho aos servidores. Agora, até mesmo os rebaixados acordos firmados pelo governo para acabar com a greve do ano passado estão ameaçados.

Divisão e arrocho
Durante esses anos, a ausência de um forte movimento da categoria possibilitou ao governo impor sua política de gratificações produtivistas, em detrimento de reajuste linear para todos os servidores. Além de aprofundar a divisão do funcionalismo, tal política ainda aumenta a disparidade entre servidores ativos e aposentados.

Em 2005 não foi diferente. A fim de acabar com a greve dos servidores num momento em que Lula vivia sua mais grave crise política, o governo investiu novamente com a política de acordos rebaixados. As direções, mais uma vez, rifaram a categoria em troca de meras promessas de acordos. Hoje, os servidores amargam, só durante a gestão Lula, quase 30% de defasagem salarial. Desde o governo FHC, o arrocho chega a 167,49%, segundo o Dieese.

Campanha Salarial em xeque
Em 2006, em pleno mês de março, quando os servidores deveriam estar discutindo os eixos da Campanha Salarial, o governo ainda nem cumpriu os acordos do ano passado. Alegando que os acordos estão condicionados à aprovação do Orçamento, o governo posterga seu cumprimento enquanto o congresso, por sua vez, adia indefinidamente a votação orçamentária.

Com isso, o governo planeja empastelar a Campanha Salarial deste ano, forçando os servidores a engalfinharem pelo cumprimento dos acordos enquanto chega julho, mês limite para aprovação de qualquer tipo de reajuste aos servidores em ano eleitoral. Ou seja, o governo quer, de uma só vez, liquidar os acordos rebaixados de 2005 e impedir a Campanha Salarial 2006.

Unificar Já
Para garantir o cumprimento dos acordos é fundamental a unificação imediata de todo o funcionalismo público. Mais que isso, apenas um forte movimento unitário dos servidores contra o governo pode garantir os acordos e avançar na luta contra o arrocho da categoria. Essa luta vai estar associada à campanha pela anulação da reforma da Previdência, que foi aprovada pelo Congresso do mensalão.

Por isso, é necessário exigirmos, além do cumprimento dos acordos, 30% já reajuste linear para todos e lutar pela imediata anulação da reforma da Previdência. É fundamental construirmos pela base uma Plenária Nacional do funcionalismo entre o fim de março e a primeira semana de abril. Também é imprescindível que aprovemos um Dia Nacional de Luta para a segunda semana de abril, a fim de deflagrarmos de vez a Campanha Salarial 2006.
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