Governo não atende reivindicações e a categoria se prepara para a greveOs funcionários públicos federais vão parar neste dia 18 de maio, em cumprimento ao calendário votado na última plenária nacional da categoria. Essa paralisação nacional faz parte da mobilização da campanha salarial unificada de 2005, sendo o primeiro ato unificado contra a política de reposição de 0,1% do governo Lula.

Superávit primário
O governo alega que não há caixa para conceder um melhor reajuste para o funcionalismo, cuja reivindicação de 18%. No entanto, o superávit primário exigido pelo FMI vai muito bem, obrigado. Só em janeiro, o governo “economizou” R$ 11,4 bilhões, o que nos permite projetar um superávit de R$ 137 bilhões para 2005. Para onde vai toda essa dinheirama? Fácil responder. Essa quantia é destinada ao pagamento de juros da dívida pública ao capital financeiro. Ou seja, não há dinheiro para reajuste dos servidores, nem para investimentos na área social, mas sobra para os agiotas da dívida.

Paralisação e atos públicos
Indignados com toda essa situação, os servidores preparam grandes atos públicos nos estados, para mostrar à população suas precárias condições salariais. Ao mesmo tempo, estarão distribuindo uma “carta-aberta”, denunciando o descaso do governo Lula para com o serviço público e o caos instalado, principalmente na saúde pública, pela falta de recursos governamentais. No Rio de Janeiro, a Coordenação Estadual dos Servidores Públicos Federais marcou um ato público para as 14h do dia 18 de maio na Cinelândia. Em São Paulo, o ato será realizado na Paulista, em frente ao prédio da Justiça Federal, com a distribuição de balas para a população, representando a miserável reposição de 0,1% do governo. Além desses atos, por todo o país, os servidores realizarão paralisações, manifestações e atos unificados, combinando essas ações com a preparação da greve por tempo indeterminado a partir da primeira quinzena de junho.

Greve em junho
No dia 2 de maio, a Coordenação Nacional das Entidades dos Servidores Públicos Federais protocolou no Ministério do Planejamento um ofício exigindo o pagamento de 18% de reposição (correspondente às perdas do governo Lula) e demais pontos da pauta emergencial. Na próxima plenária, no dia 22 de maio, se o governo não atender às reivindicações apresentadas, os delegados de base deverão votar a data de início da greve. Não há outra saída para os servidores. Vamos à greve para não amargar o humilhante “reajuste” de 0,1%.