Ato em São Paulo, no dia 18 de maio

A Luta agora é para superar direções e unificar a categoria numa forte greve contra o governoNo dia 22 de maio, servidores federais realizaram em Brasília uma das plenárias nacionais mais conturbadas já realizadas. A principal resolução aprovada foi “greve por tempo indeterminado a partir do dia 2 de junho, acompanhando o calendário da Condsef e da Fenasps”. A Condsef reúne os sindicatos dos órgãos federais e ministérios, e a Fenasps aglutina os trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social. A resolução aprovada só foi amarrada durante os debates, pois as plenárias setoriais realizadas um dia antes apontavam a impossibilidade da greve unificada.

O terreno contra a unificação foi preparado na reunião da Coordenação Nacional dos Servidores Públicos Federais (CNESF), em 20 de maio, quando foi aprovada uma série de propostas que afirmava o seguinte: “As entidades que têm condições de iniciar a greve o farão, com apoio direto das demais entidades”. Além disso, dentre as propostas encaminhadas à plenária, é omitido os 18% de recomposição das perdas do governo Lula, índice emergencial que deveria unificar a categoria. Significa dizer que Condsef e Fenasps entram em greve por suas pautas específicas e as demais entidades emprestam suas “preciosas solidariedades”.

A Plenária
Depois dos debates, a mesa da plenária, composta por Condsef, CUT, Assibge e Andes, aprovou uma resolução de apoio às greves setoriais, descartando a greve unificada. Em contraposição, os militantes do PSTU apresentaram uma proposta de greve unificada a partir de 15 de junho, indicando ainda um Dia Nacional de Paralisação e atos públicos no dia 2. A partir daí, ocorre um grande tumulto com vários pedidos de questões de ordem até que a mesa, como mágica, apresenta uma proposta totalmente diferente da formulada anteriormente: “Greve por tempo indeterminado em 2 de junho”. Todo o plenário vota a favor da resolução e se reinicia uma nova confusão, dessa vez por não ser essa a resolução costurada na CNESF.

Depois do tumulto, a resolução é ainda alterada três vezes. Na última versão, a referência à “não unificação” é suprimida e se aponta greve unificada a partir de 2 de junho, com ênfase para os setores mobilizados e paralisação nacional no mesmo dia para as demais categorias.

A polêmica e a política das direções
O centro da divergência é a necessidade ou não da unificação da luta. Os setores governistas opõem-se à unificação, pois isso, combinado com as denúncias de corrupção na base aliada, pode acentuar ainda mais a crise do governo. Por outro lado, setores ligados ao P-SOL também se negam em batalhar pela unificação, privilegiando uma greve específica na Fenasps, onde são a maior força. Esses setores, ao defenderem a gelatinosa resolução aprovada na plenária, contribuem para a quebra da unidade e dificultam a luta para derrotar o governo.

Manifesto
Para centrar o foco na unidade do movimento, um grupo de dirigentes das entidades nacionais distribuiu um manifesto propondo que a plenária definisse a data efetiva da greve, garantindo um tempo mínimo para sua construção na base.

Apesar dessas propostas não terem sido aprovadas, elas serviram para polemizar e forçar o recuo das direções, modificando, por duas vezes, sua proposta de resolução. Todavia, é preciso entender que, apesar da definição da data da greve em 2 de junho, as direções vão argumentar escassez de tempo para sua construção, favorecendo a consolidação das greves setoriais. Assim, detonam qualquer possibilidade de uma greve ampla e unificada.

Superar direções rumo à unificação das lutas
Apesar da divisão imposta, é necessário envolver o maior número de categorias nas mobilizações e nas greves. É fundamental construir pela base uma grande paralisação no dia nacional de luta em 2 de junho e garantir as caravanas para Brasília na marcha dos servidores em junho. É preciso ainda lutar para que a CNESF garanta sua organização, bem como calçar seus eixos na reposição emergencial de 18% e contra as reforma neoliberais de Lula e do imperialismo.

CALENDÁRIO
2/5 – Início da greve da CONDSEF e FENASPS e Dia Nacional de Paralisação nas demais categorias;
Junho – Caravana a Brasília, com acampamento e marcha dos servidores.

Post author Paulo Barela, da Direção Nacional do PSTU
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