Com a presença de 314 representantes, entre delegados e observadores, a Plenária Nacional dos Servidores Federais aprovou greve por tempo indeterminado a partir de abril deste ano. A medida tomada pelos servidores federais é uma resposta ao arrocho salarial patrocinado pelo governo Lula e às enrolações da equipe governista nas mesas de negociação.
O governo tenta dividir o movimento apontando a disponibilidade orçamentária de 1,5 bilhões de reais para reajustes salariais. Na indecorosa proposta governamental, consta um reajuste linear de 2,67 % e um abono variável com teto máximo de 116 reais. Para as categorias com salários mais baixos, seriam criadas gratificações produtivistas com valor máximo de 20% sobre o salário-base e aplicadas através de avaliação de desempenho.
O governo Lula, como o de FHC, não recompõe as perdas acumuladas de 1998 à 2003 que já acumula 50,19% e mantém as distorções nas carreiras promovendo a criação dessas gratificações. Tudo isso porque o orçamento está comprometido com o pagamento da dívida externa e as metas de superávit do FMI. Essas medidas também são pré-condições para os acordos da Alca, que envolvem o mercado da concessão de serviços públicos.
Os servidores reafirmaram que não aceitarão a chantagem da divisão da miséria. O recurso apresentado não cobre sequer a inflação de 2003 (9,19%).
Os servidores também se posicionaram frente as reformas sindical e trabalhista que o governo articula com empresários e as centrais sindicais. Foi aprovada a proposta de que a CUT se retire do Fórum Nacional do Trabalho e que não fale mais em nome dos servidores federais.
Ao final, os representantes discutiram a necessidade de construir a resistência contra essas reformas aprovando a participação e organização do Encontro Nacional Sindical, que será realizado nos 13 e 14 de março em Brasília.
13 e 14/03 Encontro Nacional Sindical
15/03 Plenárias Setoriais
16/03 Plenária Nacional
17/03 Lançamento da Campanha Salarial 2004
Post author Paulo Barela, de Brasília (DF)
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