Diego Cruz, da redação

No dia 5, o funcionalismo federal realiza a principal mobilização do dia nacional de lutas unificado, convocado pela Conlutas. Os servidores lutam contra os ataques do governo e por reajuste salarial.
No dia 31 de agosto o governo Lula enviou ao Congresso a LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2007. Mantendo a política dos últimos anos para o setor, a lei não prevê um centavo sequer de reajuste ao funcionalismo público, mantendo o arrocho que a categoria sofre há anos e que, só durante a gestão Lula, já chega a 30%.
Além da luta contra os ataques via medidas provisórias, a categoria vai se mobilizar também por reajuste salarial no próximo ano, iniciando desde já a campanha salarial de 2007. Um importante passo para esse movimento foi dado no dia 3, com a Plenária Nacional da Cnesf (Coordenação Nacional dos Servidores Públicos Federais).
A plenária realizada em Brasília contou com a participação de cerca de 250 servidores representando diversas entidades nacionais do funcionalismo.

Infelizmente, algumas entidades boicotaram a importante plenária, como Fenajufe (Federação Nacional dos Servidores da Justiça Federal), Fenasps (Federação Nacional dos Servidores da Previdência Social) e Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras). Apesar disso, a plenária foi bastante representativa e aprovou importantes ações para o setor.

Os servidores aprovaram um calendário de mobilizações que, de acordo com o dirigente da Assibge (Associação Nacional dos Servidores do IBGE) e da Direção Nacional do PSTU, Paulo Barela, “aponta para a luta contra os ataques das medidas provisórias, pela aprovação das emendas inclusão de recursos para o reajuste da categoria na LOA 2007”.

A plenária aprovou também a orientação de incluir, nas próximas campanhas salariais e mobilizações, a luta contra o pagamento da dívida pública, por entender que essa é a única forma de garantir recursos para reverter o sucateamento do serviço público e conceder reajuste à categoria. De acordo com a previsão de orçamento, o governo gastará com pessoal cerca de R$ 119,3 bilhões – já para juros e encargos da dívida pública, estabelece nada menos que R$ 165,9 bilhões.

A plenária aprovou ainda o apoio das entidades que compõem a Cnesf à paralisação dos servidores da saúde federal, que ocorre nos dias 21 e 22. Os servidores também fizeram questão de manifestar apoio à luta dos trabalhadores da Volkswagen do ABC, incluindo nos calendários estaduais de mobilização a luta contra as demissões.

Uma nova plenária da Cnesf deve ocorrer na primeira quinzena de outubro, quando os servidores analisarão a conjuntura pós-eleições e definirão os próximos passos da luta da categoria por reajuste e contra o sucateamento dos serviços públicos.
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