Servidores em frente ao prédio da Justiça Federal
Wladimir Souza / Cromafoto

Manifestantes protestaram contra o governo do ‘mensalão´ e sua política econômicaCerca de 500 funcionários públicos em greve realizaram uma manifestação na tarde do dia 7 de julho na capital paulista. Em pleno centro financeiro do país, na Avenida Paulista, os servidores denunciaram o mar de lama em que o governo Lula está submerso, assim como o arrocho salarial que a categoria sofre.

Em defesa do direito de greve
O ato público foi organizado pelo Sindsef-SP, sindicato dos servidores federais do estado, pelo Sintrajud, que representa os funcionários da Justiça federal e o Sinsprev, entidade que reúne os trabalhadores da Previdência Social. A manifestação ocorreu em frente ao prédio da Justiça Federal, onde os servidores protestaram contra a decisão da Justiça contra a greve do INSS.

Uma determinação judicial obriga que 60% dos servidores do INSS volte ao trabalho. Como os funcionários do órgão não aceitaram esse ataque ao direito de greve, a Justiça aplicou uma multa de R$ 10 mil ao sindicato da categoria, dobrando a cada três dias de paralisação.

30 mil para deputados, 0,1% para servidores
Apesar do mês, a manifestação teve cara de festa Junina, no entanto, “sem quadrilha”, os servidores faziam questão de ressaltar. “Quadrilha só em Brasília”, explicavam. O frio não desanimou os servidores, que se esquentavam ao som de música junina e da tradicional banda de marchinhas que animava o protesto tocando, entre outras coisas, os versos cada vez mais freqüentes da política nacional: “se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”.

Os manifestantes distribuíram cheques fictícios de R$ 30 mil assinados por Delúbio Soares, representando o “mensalão”. Os servidores demonstraram toda a indignação com os recentes casos de corrupção denunciados na mídia. Enquanto o governo insiste que não tem recursos para garantir nada além do 0,1% de reajuste para a categoria, distribui R$ 30 mil de mensalão para parlamentares da base aliada.

CUT não fala em nosso nome!
A CUT, que está cumprindo o lamentável papel de encobrir a corrupção do governo Lula, foi energicamente denunciada por vários servidores. “A CUT não fala em nosso nome”, anunciava uma enorme faixa no local. “Se existe um golpe em andamento, é o golpe do governo Lula contra os trabalhadores”, afirmou Beth Lima, diretora do Sindsef-SP, em nome da Conlutas, denunciando a farsa do “golpe”.

Revogar a reforma da Previdência
Beth defendeu ainda a revogação das medidas contra os trabalhadores tomadas pelo governo, inclusive a reforma da Previdência. As recentes denúncias do “mensalão” revelaram que, mesmo ante a democracia burguesa, esse Congresso é ilegítimo. “Os deputados foram comprados pelo governo para cassar os nosso direitos e privatizar a Previdência pública”, afirma.

Ao final do ato, Beth Lima fez um chamado a todos os setores combativos para a grande marcha convocada pela Conlutas, dia 17 de agosto em Brasília.