A chuva que caiu sobre a capital fluminense no dia 16 de setembro não impediu que cerca de mil servidores estaduais fossem às ruas e realizassem uma passeata em plena avenida Rio Branco, uma das principais vias do centro do Rio de Janeiro. A vitoriosa passeata foi convocada pela Conlutas-RJ e pelas entidades que representam o conjunto dos servidores públicos estaduais, como Apefaetec, Sepe-RJ, Sind-Justiça, Iaserj, Sinfazerj, Asduerj, entre outras.

A juventude marcou a sua presença na manifestação, principalmente os estudantes da UERJ que ocupam, até o momento, a reitoria da universidade. A ocupação é pela imediata construção do bandejão, contra o Reuni, assim como pela aplicação dos recursos conforme estabelece a Constituição Estadual, o que não é cumprido pelo governador Sérgio Cabral (PMDB).

A passeata teve o objetivo de denunciar à população a falta de compromisso do governador com os servidores estaduais, já que o mesmo não cumpriu nenhuma das promessas de campanha. Durante a manifestação, os servidores também tornaram pública a sua pauta de reivindicações: reajuste de 66% para recompor as perdas acumuladas nos últimos anos, data-base unificada garantida na lei, incorporação das gratificações, PCCS para todo o funcionalismo, não às fundações no serviço público, realização imediata de concursos públicos e contra o fechamento do Iaserj.

Destaques
Dois momentos da caminhada merecem ser destacados. O primeiro ocorreu no meio de seu percurso, quando uma coluna do MST, que realizava um ato em frente à sede administrativa do governo estadual, acabou se juntando à passeata. Um importante passo para a realização de atos públicos unificados entre os trabalhadores do campo e da cidade.

Já o segundo momento ocorreu, sem dúvida, no encerramento na sede da Petrobras, onde os petroleiros iniciavam uma vigília em defesa de uma Petrobras 100% nacional e pelo monopólio estatal sobre a produção nos campos de petróleo da região do pré-sal, para garantir uma empresa a serviço, realmente, dos trabalhadores.

O ato dos servidores estaduais contou ainda com a presença de entidades dos servidores federais, como o Sintuff, e da oposição dos Correios, além de trabalhadores da iniciativa privada, representados pelo Sindicato dos Comerciários de Nova Iguaçu e Regiões. Com esse final, a manifestação comprovou que, mais do que necessária, é possível a unidade dos trabalhadores para combater os sucessivos ataques dos patrões e governos.

Apenas a unidade na luta garantirá à classe trabalhadora e ao povo aumento de salário, reposição de perdas, redução e congelamento nos preços dos alimentos e o fim da criminalização da pobreza e dos movimentos sociais. Essa união permitirá também a ampliação de seus direitos e, principalmente, imporá uma histórica vitória sobre governos, banqueiros, multinacionais e latifundiários.

Post author Márcio Magalhães, da Conlutas-RJ
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