A greve dos Servidores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) já atinge 22 estados e o Distrito Federal, segundo informa a Associação dos Servidores da Delegacia Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (Asdert). A adesão ao movimento é de 85% dos Servidores do setor. Estão parados os seguintes estados: Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá, Mato Grosso, Maranhão, Tocantins, Goiás, Ceará, Piauí, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal.

Em assembleias os servidores da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho decidiram iniciar a greve a partir de ontem, quarta-feira (18). Logo ao tomarem a decisão, os servidores formaram um comando de greve, com dois representantes de cada setor.

Servidores da Justiça
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, confirmou através de sua assessoria que receberá representantes da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério público da União (Fenajufe) nesta quinta-feira (19), dia seguinte ao início da paralisação nacional da categoria. O Comando de Greve já está instalado em Brasília.

O encontro, que foi divulgado na noite da segunda-feira (16) pela Agência Fenajufe de Notícias, será às 16 horas, no próprio STF. Será a primeira vez que Gilmar Mendes recebe de forma oficial representantes da categoria para tratar do projeto de revisão salarial.

Para Claudio Klein, servidor do Tribunal Regional Federal (TRF) de São Paulo e diretor da Fenajufe, a marcação da audiência já reflete o aumento da pressão do movimento grevista, que aprovou construir a greve nacional após as paralisações de 48 horas da semana passada. “Só com a categoria unida e lutando é que vamos conseguir pressionar o Supremo a enviar o projeto ao Congresso”, avalia. “Isso demonstra que temos que construir e fortalecer a nossa greve”, defende.

A paralisação por tempo indeterminado, a partir do dia 18, foi aprovada na reunião ampliada da Fenajufe, realizada no sábado, dia 14. Os servidores também aprovaram instalar, na sede da federação, o Comando Nacional de Greve.

Além de reivindicar o envio imediato do projeto de revisão salarial, os servidores da Justiça Federal têm uma pauta de reivindicação específica, que coloca na ordem do dia a melhora das condições de trabalho, a formação de brigadas de incêndio e uma melhor racionalização das tarefas internas nas varas, entre outros itens.

Servidores do TEM
Com paralisação nacional forte, os servidores do MTE têm entre suas reivindicações principais o Plano de Carreira Específico e em reuniões com o ministro Carlos Luppi exigiu abertura imediata das negociações.

O Comando de Greve tem criticado a postura autoritária do governo em tratar com medidas punitivas e assediosas os trabalhadores em greve e se utilizar de instrumentos do judiciário para atacar o exercício do direito de fazer a greve.

Uma determinação importante aprovada na assembleia do MTE de São Paulo é que nenhum servidor assumirá cargo de chefia se o chefe atual for destituído como medida de represália a sua participação no movimento grevista. Essa votação é a resposta dos Servidores do MTE de São Paulo às ameaças de retaliação que vêm sofrendo as chefias que optaram por aderir à greve.

A assembleia estadual dos servidores do MTE em São Paulo realizada dia 16 de novembro elegeu uma comissão formada por representantes dos Servidores do MTE em São Paulo para fazer pressão sobre os parlamentares paulistas, solicitando aos 70 deputados e 3 senadores que representam o estado de São Paulo o apoio ao movimento e o envio de cartas aos Ministérios do Trabalho e Emprego, do Planejamento e da Casa Civil pela imediata abertura de negociações para o atendimento das reivindicações dos Servidores do MTE.

Também foi tirada uma comissão de pressão parlamentar para ação semelhante junto à Assembleia Legislativa de São Paulo e às Câmaras de Vereadores. O Sindsef-SP elaborou uma carta dirigida aos parlamentares para auxiliar o trabalho dessas comissões.

Fontes: Sintrajud – SP e Sindsef – SP