PM do governador Camilo Santana (PT) reprime servidores
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Desde o início da semana, servidores públicos do Ceará e do Pará se mobilizam contra as propostas de reformas da Previdência enviadas pelos governadores Camilo Santana, do PT, e Helder Barbalho, do MDB. Os projetos reproduzem nos estados as mudanças previdenciárias feitas pelo governo de Bolsonaro, em um grave ataque às aposentadorias dos trabalhadores.

Já são dois dias de protestos realizados em frente às Assembleias Legislativas dos dois estados, com centenas de servidores, grande parte professores, que estão revoltados com as medidas. Os deputados pretendem concluir a aprovação das medidas ainda este ano, mas os trabalhadores prometem continuar mobilizados em 2020.

Funcionalismo das três esferas no país (federal, estadual e municipal) aprovaram um Dia Nacional de Lutas em 18 de março, data que já foi incorporada pelas centrais sindicais, e principalmente pelo setor da Educação. A mobilização visa enfrentar todos os ataques dos governos, que vão desde as reformas na Previdência à MP 905, entre outras. A CSP-Conlutas defende que é preciso construir uma nova Greve Geral no país.

As reformas enviadas pelos governos do Ceará e Pará, a exemplo de outras enviadas e já aprovadas em outros estados, como Maranhão, Piauí, Espírito Santo, Paraná, Pernambuco, Alagoas e Mato Grosso do Sul, antecipam os efeitos da PEC Paralela negociada entre o governo Bolsonaro e o Congresso.

Esta PEC, que visa estender para os estados as mudanças nas aposentadorias, foi aprovada no Senado, mas está parada na Câmara.

Absurdamente, às vésperas do final do ano, os governos se antecipam à PEC e correm para aprovar este brutal ataque aos trabalhadores. O que é pior: à frente da ofensiva aos trabalhadores estão os governos ditos “da oposição” e de “esquerda”, como PT, PCdoB, PSB e PDT.

Pelo segundo dia consecutivo estamos protestando contra a reforma de Camilo Santana, do PT, que está atendendo a exigência do governo Bolsonaro em atacar as aposentadorias dos trabalhadores. E o mais absurdo é que o governo recebe os trabalhadores com repressão, usando da Tropa de Choque, bomba de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Isso vindo de um governo que se diz dos trabalhadores. É necessário unificar todos os servidores para derrotar esses governos que nos atacam“, afirmou o dirigente da CSP-Conlutas/CE José Batista Neto.

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No Pará, foram apresentados cinco projetos de lei e um projeto de lei complementar, que estão sendo votados a toque de caixa e de forma totalmente irregular e sem qualquer debate com os servidores. Esses deputados picaretas pretendem votar na próxima segunda, dia 23, às vésperas do Natal, o segundo turno, com o objetivo de impedir a participação e a mobilização dos servidores. O absurdo é que todos os deputados do PT votaram junto com o governo. Uma vergonha. Não estão nem aí com a classe trabalhadora, com a população”, relatou Rosi Pantoja, da CSP-Conlutas/PA.

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Em São Paulo (SP), onde a reforma enviada por João Doria (PSDB) está paralisada por decisão da Justiça e também enfrenta mobilização dos servidores, o presidente da Alesp anunciou ontem que a proposta não será mais votada este ano, numa importante decisão para os trabalhadores.

Nos municípios, onde também prefeitos se preparam para enviar reformas locais, também já se desenham protestos. Nesta quinta-feira (19), em São José dos Campos (SP), foram os servidores municipais que também se mobilizaram contra o projeto de reforma enviado pelo prefeito Felício Ramuth (PSDB) à Câmara e conseguiram impedir momentaneamente a votação da proposta.

O ano se encerra com vários ataques por parte dos governos, mas também com mobilização dos trabalhadores. Em 2020, já está apontada o dia 18 de março como um dia nacional de lutas. É preciso transformar esta data num dia de greve geral que unifique todo o funcionalismo, toda a classe trabalhadora. A CSP-Conlutas seguirá empenhando todos os seus esforços na construção da unidade para lutar e construir a Greve Geral”, afirma o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes.