Na tarde desta segunda-feira, dia 16 de maio, os servidores municipais de Teresina (PI), em greve há uma semana, cercaram as entradas da Câmara Municipal e impediram a entrada de vários vereadores da bancada de apoio ao prefeito Sílvio Mendes (PSDB), inviabilizando assim a votação do projeto que “reajusta“ os salários do funcionalismo em 1,5%. As perdas da categoria chegam a 71%, desde 1996. O movimento grevista foi reforçado com a adesão da categoria médica, que com o projeto da prefeitura teria apenas 50 centavos de “reajuste“.

Agora são mais de 9 mil trabalhadores em greve, nas escolas, hospitais e em setores administrativos da prefeitura. Mesmo com grande número, os policiais militares chamados para viabilizar a entrada dos vereadores não conseguiram dispersar a categoria e tiveram que recuar. Foram vários os enfrentamentos com os policiais nesta tarde, desde que os servidores resolveram bloquear o trânsito da Rua Barroso, em frente à Câmara, uma das vias mais movimentadas do Centro da cidade.

No momento mais tenso desta segunda-feira, os servidores tiveram que sentar no meio da Rua Barroso, em frente ao portão da garagem da Câmara, para impedir que vereadores entrassem no prédio dentro de camburões da PM com vidros fumê. A cena chamou a atenção da população, que há poucos dias viu o presidente da Câmara Municipal, José Ferreira (PSDB), defender-se de processo movido pelo Ministério Público, onde é acusado de comprar votos na última eleição. “Os policiais vieram prender o Ferreira“, gritavam os manifestantes. Houve muito empurra-empurra quando os PMs tentaram fazer um corredor para a passagem dos vereadores que estavam dentro de um camburão. A pressão dos PMs não funcionou e os servidores mais uma vez mostraram força e espírito de luta, desfazendo o esquema de segurança dos vereadores que queriam entrar. O carro da polícia teve que voltar de ré, para a festa da categoria.

Servidores montam acampamento em frente à Câmara
Depois da vitória de conseguirem impedir a votação do projeto na Câmara, os servidores municipais montaram acampamento em frente na Rua Barroso no início da noite desta segunda-feira. Vários trabalhadores vão dormir no acampamento e fazer vigília para impedirem que os vereadores tentem alguma manobra, como votar o projeto na manhã desta terça-feira. Os servidores do município, que sofreram com a truculência da PM do governo Wellington Dias (PT) na desocupação da Câmara na madrugada da sexta-feira 13,não se intimidaram e prometem reforçar ainda mais a mobilização nesta terça-feira à tarde, para impedirem novamente a votação do projeto. De acordo com o presidente do Sindserm, José Professor Pacheco, a não votação do projeto na Câmara “foi uma vitória importante da categoria, que não aguenta mais o arrocho salarial imposto pela prefeitura“.