Depois de meses buscando negociação, servidores driblam repressão e vão à greve contra prefeitura petista6 de Junho. A exatamente 47 dias da comemoração de 100 anos de uma das cidades mais famosas do Nordeste e palco das romarias religiosas, os servidores municipais da educação, saúde e ação social, em uma assembléia com mais de 800 trabalhadores (mais de 16% dos servidores da cidade), deflagraram o que tem sido chamada na cidade de “Greve do centenário”. O auditório estava lotado e os servidores se acotovelavam do lado de fora, lotando inclusive o estacionamento.

O sentimento de indignação era justificado: Foram cinco meses de tentativas de negociação do sindicato, acompanhado de 11 ofícios solicitando a instalação da mesa de negociação. Mesmo depois disso tudo, reajuste prometido era de 0%! Isso mesmo depois de a cidade ter recebido R$ 11 milhões a mais de recursos do Fundeb do que no ano anterior.

Fora isso, a carga horária de trabalho obriga o trabalho em quase todos os sábados do mês, como forma de penalizar os profissionais de Educação pela greve passada.

Na saúde, além de os reajustes de varias categorias de 2010 ainda não terem sido pagos, o prefeitura não cumpriu o acordo da última greve, de março deste ano. Isso também irritou bastante agentes de saúde e técnicos em enfermagem. Uma das coisas que tem sido percebido a olhos vistos é o aumento da escalada da repressão. Dentro das escolas e dos postos de saúde a orientação é mandar faltas e assediar moralmente qualquer um que ameace paralisar ou deflagrar a greve. Os principais ativistas tem sido ameaçados inclusive de transferências e possíveis exonerações.

Mesmo toda essa manobra repressiva não foi suficiente para conter a categoria. O clima de euforia é tão grande que outras categorias do serviço público podem ser atraídas para o movimento grevista (vigilantes, guardas municipais, fiscais de tributos, fiscais de meio ambiente) para encampar suas pautas específicas. Agentes de transito já realizaram assembléia e decidiram por entrar em greve junto com a saúde e a educação, a partir do dia 10.

Muitos acreditam que este pode ser o maior movimento grevista da história do serviço publico municipal da cidade, caso o pólo de atração continue a avançar, e diante de tantos escândalos envolvendo ou respingando no prefeito Santana, como a troca de terrenos, atentado contra jornalistas de oposição, CPIs que pipocam as dúzias na Câmara Municipal e fraudes em licitações, talvez seja o momento ideal para abreviar mais uma vez o mandato de Santana e do PT.

  • Todo apoio a greve do centenário!
  • Reajuste de 30% já!
  • Sem o piso eu não piso na escola! Pela sua imediata aplicação!
  • Abaixo a perseguição dos ativistas!
  • Diretos não se retiram! Fora Santana!