Os servidores públicos federais deram início no dia 10 a uma greve geral, desafiando a ameaça do governo de cortar ponto e cancelar o reajuste proposto. Assim, se somaram a vários setores que já estavam em greve.
Em 2003, o governo alegou que o Orçamento herdado de FHC não permitia atender as reivindicações do funcionalismo. Por isso, a reposição salarial ficou em 1%, mais um abono-miséria de R$ 59,87.
Este ano, com o Orçamento elaborado pela equipe econômica Palocci, Mantega e Cia. foi mantida a política de reajuste linear zero, não recompondo a perda acumulada pelos servidores no primeiro ano do governo.
Desde janeiro, os representantes das entidades do funcionalismo organizadas na Coordenação Nacional das Entidades dos Servidores Federais (CNESF) têm se reunido com os representantes do governo para discutir a pauta de reivindicações e a reposição salarial. No entanto, nas Mesas de Negociação, apelidadas pela base da categoria de mesas de enrolação, o governo não respondeu sequer um a item da pauta, alegando falta de recursos e pedindo a contribuição dos servidores para elaboração de uma saída conjunta para as reivindicações apresentadas. Entretanto, a proposta oferecida visa precarizar as relações de trabalho no serviço público e dividir os trabalhadores.
Mas, se por um lado o Orçamento está apertado para o funcionalismo, por outro, o mesmo cofre sangra para os bolsos dos banqueiros.
O problema não é falta de dinheiro, mas quem se beneficia dele. Por isso, os trabalhadores do setor público federal deflagraram uma greve por tempo indeterminado no dia 10, apesar das ameaças de corte de ponto e tentativas de divisão do movimento.
Leia a nota da Conlutas em apoio às greves
QUADRO DA GREVE:
Auditores da Receita Federal
Estão em greve por tempo indeterminado há duas semanas, com cerca de 75% de adesão.
AUDITORES FISCAIS
DO TRABALHO
Em greve, pedem aumento de 40%.
ADVOGADOS DA UNIÃO E PROCURADORES FEDERAIS
Parados há mais de 50 dias, querem equiparação com salário do Ministério Público Federal.
POLÍCIA FEDERAL
Após 58 dias de greve, suspenderam o movimento à espera da retomada de negociações. Pedem pagamento de salário básico de nível superior, equivalente a reajustes de até 85%. O governo ofereceu 17%.
PREVIDENCIÁRIOS
Desde o dia 20 de abril, os trabalhadores da Seguridade Social, organizados na Fenasps (Saúde e INSS), encontram-se em greve, com grande adesão no INSS. Há greve também na Saúde, que desde o dia 10 teve a adesão da Saúde estadual, especialmente de São Paulo.
SERVIDORES DO INCRA
Em greve desde 7 de maio.
Condsef (Ministérios, autarquias e empresas públicas);
Sinasefe (Docentes e técnicos administrativos das escolas técnicas, agrotécnicas e Cefets);
Fenafisp (Fiscais da Previdência), com indicativo de paralisação nos dias 10, 11 e 12;
Fasubra (Técnicos administrativos das universidades), apesar da direção majoritária da entidade ser governista e estar contrária à greve.
Andes-SN (Docentes das universidades): Paralisação de 48 horas nos dias 10 e 11.
12 de maio:
Funcionários do Banco Central
(por 24 horas)
18 de maio:
(por tempo indeterminado)
Trabalhadores do Judiciário, Servidores do Tesouro Nacional, Controladoria-Geral da União, Planejamento e Orçamento, IPEA, Especialistas em Políticas Públicas, Comércio Exterior, CVM, SUSEP, Funcionários do Banco Central.
Post author Paulo Barela, diretor da ASSIBGE-SN
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