Após cinco dias em greve, os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) decidiram suspender temporariamente a paralisação na última sexta-feira, 1º de abril. A greve fora deflagrada mesmo contra a deliberação da Plenária Nacional da Fasubra, de 26 de março, que orientou as universidades de todo o país a aguardar as negociações com o governo agendadas para 14 e 15 de abril.

Segundo a avaliação dos trabalhadores da UFPR, era necessário que a greve se iniciasse no dia 28 para demonstrar a insatisfação da categoria com as medidas de arrocho anunciadas pelo governo Dilma e com a Medida Provisória 520/10, aprovada ainda por Lula no último dia de seu mandato.

A situação dos trabalhadores foi um fator determinante para a deflagração da greve. As perdas salariais somadas ao anunciado congelamento do salário dos servidores públicos por dez anos, a não contratação de novos concursados e a situação dos trabalhadores do Hospital de Clínicas da UFPR (HC) – que temem perder seus empregos com a MP 520/10 – foram a gota d´água.

Após intenso debate e muita disposição de prosseguir com a greve, houve o entendimento de que a suspensão temporária seria necessária para preparar o calendário nacional e o início de nova paralisação unificada. A base da categoria não tem nenhuma ilusão de que este governo negociará em favor dos trabalhadores.

Apesar da pequena adesão à greve, consequência da divisão do movimento grevista, foram conquistadas importantes vitórias políticas, como o apoio dos estudantes (do DCE e do Conselho de Entidades de Base, que reúne os Centros Acadêmicos) e o reconhecimento da greve pelo Conselho Universitário (COUN), que votou moção favorável ao movimento grevista e sua pauta de reivindicações. Algumas das resoluções aprovadas na assembleia do dia 1º de abril tentam garantir a mobilização local e o fortalecimento das lutas da categoria.

Um Comando de Mobilização foi formado com membros do sindicato e principais ativistas da greve, com reuniões semanais para organizar as atividades. Serão enviados representantes para o ato unificado do funcionalismo público federal no dia 13 de abril em Brasília, que permanecerão para a reunião da Fasubra no dia 15 de abril, após a reunião de negociação com o Ministério do Planejamento.

Uma nova assembleia com ato foi marcada para o dia 18 de abril, data em que o Conselho Universitário da UFPR se posicionará em relação à Medida Provisória 520/2010.

Os servidores avaliaram ser necessário fortalecer o movimento e preparar a deflagração da greve a partir do dia 25 de abril, juntamente com as demais universidades do país, caso não haja progresso nas negociações com o governo.