O dia 14 de setembro é um daqueles que vão entrar para a história da luta dos serventuários da Justiça do estado do Rio de Janeiro. Com muita animação e disposição, mais de duas mil pessoas realizaram o abraço ao Fórum Central, às 15 horas. Logo depois, saíram em passeata pelas ruas do Centro do Rio, a maior já realizada pela categoria em todos os tempos. Cantando paródias, os serventuários deram o seu recado ao governador Sérgio Cabral (PMDB): não vamos nos dobrar à sua tentativa de arrochar os salários!

Ao final da passeata, os servidores se concentraram em frente ao Fórum Central, onde deram início à assembléia geral. Com grande representatividade, iniciaram-se os informes sobre a adesão à greve na sexta-feira, além dos indicativos dos locais de trabalho quanto à sua manutenção ou suspensão.

Houve falas a favor ou contra essas duas propostas, que levaram em consideração diversos aspectos da realidade. Na votação, por ampla maioria, a assembléia aprovou a suspensão da greve iniciada no dia 4 deste mês e retorná-la nos dias 1º e 2 de outubro. O dia 2 é a data prevista para apreciação, na Assembléia Legislativa (Alerj), do projeto de lei do reajuste dos servidores, data esta “arrancada” pela força da greve.

“Os serventuários decidiram suspender a paralisação, mas não acabar com a luta. Começa o estado de greve e vamos manter a mobilização, pois queremos que os deputados aprovem o projeto tal como foi enviado pelo Judiciário”, afirmou Amarildo Silva, presidente do sindicato da categoria, o Sind-Justiça (filiado à Conlutas), e militante do PSTU. Ele completou que a categoria rejeita qualquer redução dos 9,77% de reajuste. “Isto significa que não aceitaremos qualquer substitutivo por parte do TJRJ que tenha o propósito de diminuir este percentual”, disse.

Além de um novo calendário de atividades, a assembléia aprovou que o Sindicato exija da Presidência do TJRJ os imediatos reajustes do auxílio-creche, refeição/alimentação, auxílio-saúde e a criação do auxílio-deslocamento, além da imediata implantação das promoções e o retorno do recesso do final de ano.

Post author Sandro Barros, do Rio de Janeiro (RJ)
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