Greve aumenta com mobilizações e protestos por todo paísOs servidores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) optaram pela continuidade da greve. Após mais de 10 dias parados, o governo mantém a sua postura intransigente ao não abrir um canal de negociação com a categoria. Para pressionar o governo a abrir negociações com o comando nacional de greve, será realizada uma “caravana da pressão” nos dias 25 e 26 de novembro em Brasília.
Os servidores da Justiça Federal e do Trabalho também mantém seu posicionamento e decidiram fortalecer a greve até que o projeto de revisão salarial sem redução de direitos, seja enviado ao Congresso. Reunidos em assembleia que ocorreu nesta segunda-feira (23) no auditório do Fórum Trabalhista da Barra Funda(SP), servidores de diversos fóruns da capital e do interior decidiram continuar e fortalecer a mobilização.
A greve dos servidores do Ministério Público da União (MPU) de Alagoas ganhou o reforço de servidores de mais sete estados. No seu sétimo dia, o movimento grevista deve atingir, 17 estados do país.
Servidores do MTE realizam ‘Caravana da pressão’
Durante a última reunião realizada no dia 18, com o Secretário Executivo do ministério, Sr. André Peixoto, mais uma vez o governo demonstrou que não se sensibiliza com a real situação dos servidores, que hoje recebem os menores salários do Serviço Público Federal e trabalham com péssimas condições de trabalho.
Nesta reunião o comando reforçou a pauta de reivindicações, que tem como eixo principal a implementação do plano de carreira específico.
Lamentavelmente a resposta dada pelo Sr. André foi que o Ministro não intercederia junto ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) para a abertura de um canal de negociação enquanto durasse a greve. Durante o debate, levantou a hipótese de tentar convencer o ministro a agendar uma reunião no MPOG, mas a contrapartida era arrancar do comando um compromisso em defender o fim da greve caso essa reunião fosse agendada. Ou seja, se o comando aceitasse esta posição, então a greve dos servidores seria apenas para conseguir uma reunião no Planejamento.
Os representantes rechaçaram esta fala do secretário e mantiveram a postura de que a greve somente se encerraria com a abertura de negociações com uma mesa interministerial, objetivando o atendimento das reivindicações.
Diante destes fatos e da intransigência do Governo em não negociar com os servidores, o Comando Nacional de Greve propõe o fortalecimento da luta, e a participação na “Caravana da Pressão”, que ocorrerá nos dias 25 e 26 de novembro, em Brasília.
A concentração está marcada em frente ao MTE, será um ato de protesto contra a postura intransigente do governo e pelo atendimento das nossas reivindicações. Logo a seguir, haverá uma caminhada até o Ministério do Planejamento para pressionar o Governo a abrir as negociações. E, ao final, acontecerá uma em passeata até o Congresso Nacional.
No dia 26, durante todo o dia continuará o trabalho de pressão na Esplanada dos Ministérios. No período da tarde, haverá uma reunião ampliada do Comando Nacional de Greve.
Servidores da Justiça do trabalho, federal e do Ministério Público da União de braços cruzados
Durante a assembleia, o Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo (Sintrajud), ainda não tinha sido informado sobre a proposta rebaixada apresentada pelo Conselho Nacional De Justiça (CNJ) à Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe).
Na assembleia, mais uma vez, os servidores destacaram que a greve precisará de mais força e organização para ser vitoriosa. Para isso, consideram que é necessário que os piquetes e os arrastões sejam ampliados e fortalecidos. “Acho que é a melhor maneira, porque as pessoas demoram para se conscientizar. Eu e meus colegas combinamos de ajudar nos arrastões, para organizar melhor a nossa luta”, disse o servidor do TRF3 Márcio Cilas.
Segundo o servidor, o ideal seria que toda a categoria entrasse junto no movimento paredista para que fosse uma greve “forte e eficaz, que garantisse o envio imediato do projeto”.
Greve não é só por salários
A diretora do Sintrajud e servidora da JT-Barra Funda (SP) Leica Silva, ressaltou a importância de os servidores usarem este momento de greve para debaterem as condições de trabalho e os motivos que tantos adoecimentos na categoria. Ela lembrou que ao servidor adoecer no trabalho, ele leva todas as conseqüências da doença para casa, prejudicando suas relações pessoais e familiares. “E a greve é um momento único para debater esses assuntos”, disse Leica.
A diretora ainda deu um recado aos servidores que ainda não aderiram à greve porque estão receosos com a postura dos seus chefes e juízes: “Nós não precisamos pedir autorização para fazer greve. Nós temos que lutar pelos nossos direitos”.
Nova assembleia com categoria será realizada dia 26 de novembro.
Confira o quadro da greve no Judiciário Federal e MPU
TRT do Piauí
TRT do Paraná
TRT-15 Campinas
JF, TRE e TRT (sede) do Rio de Janeiro
Tribunais e MPU de Alagoas – filiado a CONLUTAS
Justiça Eleitoral de Rondônia
Tribunais do Espírito Santo
Tribunais do Mato Grosso do Sul – filiado a CONLUTAS
COMEÇAM A GREVE NO DIA 24
Tribunais de Pernambuco
TRT Rondônia e Acre
TRE do Amazonas
TRE Amapá: paralisações de 3h diárias a partir do dia 25
TRE e JF do Piauí: paralisação de 3h no dia 23, quando decidem se param por tempo indeterminado – Intersindical
TRF do Rio de Janeiro: paralisação de 2h no dia 23
Tribunais de Goiás: assembleias dia 23 tentam deflagrar a greve
TRE de SP: paralisações diárias de 2h
Tribunais de Minas Gerais: paralisações de 48h nos dias 26 e 27
TRE do Ceará: realizou ato e paralisação de 1h no dia 20
TRT Ceará: paralisação de 2h nos dias 26 e 27
Tribunais da Paraíba: assembleias setoriais dia 23
Tribunais do Rio Grande do Norte: realizou assembleia dia 20 (ainda sem informe)
Fontes: Sindsef – SP Sintrajud SP – Sintraemeg – MG