No último dia 21, os servidores estaduais, com os profissionais de educação organizados pelo SEPE/RJ (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação) à frente, realizaram uma grande passeata até a sede do governo do estado. Os mais de 2 mil manifestantes protestavam principalmente contra a proposta do governador Sérgio Cabral (PMDB), apoiado por Lula e o PT, de reajustar os servidores da educação, saúde e segurança pública em 25%, pagos em 24 parcelas mensais.

Reajuste ‘Casas Bahia’
Os servidores do Rio estão em sua maioria há 12 anos sem reajuste e esta proposta significa um reajuste de pouco mais de 1% por mês. No último dia 16, os profissionais de educação iniciaram greve por tempo indeterminado reivindicando principalmente reajuste emergencial de 26% e a incorporação no vencimento base da gratificação denominada Nova Escola.

Neste mesmo dia, os policiais civis aprovaram greve a partir do dia 20 de agosto. Eles realizaram um ato no centro e começaram a pedir esmolas nas ruas, afirmando “eu podia estar matando eu podia estar roubando, mas estou pedindo esmolas, pois o meu salário não dá ara sobreviver”.

Além disso, também continuam mobilizados os serventuários da justiça estadual que ficaram de fora da proposta de reajuste do governador. Eles paralisaram dia 22 de agosto e retomarão as paralisações a partir desta semana.

O Sindjustiça, sindicato filiado à Conlutas, exige reajuste imediato de 9,87% e o compromisso de reposição no próximo ano do restante das perdas e a inflação do período. A proposta já foi aprovada pelo Pleno do Tribunal de Justiça, mas tem sua votação impedida pelas manobras da base governista na Assembléia Legislativa.
Os profissionais de educação das escolas técnicas estaduais, organizados na APEFAETEC, associação filiada à Conlutas, também paralisaram no dia 22 e em assembléia geral decidiram realizar nova paralisação no dia 30. O Sindsprev, outra entidade que constrói a Conlutas, também convoca a mobilização unificada. Ele reivindica melhorias nas condições de trabalho e de atendimento nos Hospitais Estaduais, reajuste e a implantação do plano de cargos e salários.

Fortalecer a unidade
Os servidores estaduais realizaram uma plenária geral dia 23 nas escadarias da Assembléia Legislativa, que terminou em uma grande passeata. O movimento unificado já obteve uma vitória. No dia 24, o governo retirou a proposta de reajuste parcelado. Sérgio Cabral agora acena com uma nova proposta rebaixada, de 4%, negociando posteriormente o restante.

“Foi a unificação dos servidores que fez com que o governo recuasse. Somente o fortalecimento e a ampliação dessas greves e mobilizações vão fazer com que o governo atenda nossas reinvidicações”, afirmou Vera Neponuceno, coordenadora Geral do SEPE/RJ e militante do PSTU.

Post author André Freire, do Rio de Janeiro (RJ)
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