Após mais de 90 dias de uma forte greve que paralisou 46 universidades por todo o país, os funcionários das universidades federais obtiveram uma vitória parcial.
A pauta geral incluía a luta contra o PLP 01 (que é parte do PAC), que limita o reajuste para a categoria nos próximos 10 anos, o projeto das fundações privadas, que avança a privatização das universidades. Mas os servidores se mobilizaram também pela pauta específica. Depois de mais de três meses de greve, os servidores conquistaram algumas migalhas parceladas em três anos e um humilde plano de saúde.

Durante toda a greve foi possível tirar duas grandes conclusões. A primeira é que o Governo Lula decididamente está a todo vapor aplicando os planos neoliberais em nosso país, com projetos que atacam direitos dos trabalhadores, como a restrição do direito de greve, a nova reforma da Previdência, o PLP 01/2007 e as fundações.
Os servidores saem da greve sendo ainda o menor piso de todo o funcionalismo público. A todo instante o governo quis destruir a concepção de carreira com uma clara intenção de acabar com as classes de apoio (terceirizações) e querendo quebrar a paridade entre ativos e aposentados.

A segundo conclusão é o caráter cutista e governista da direção majoritária da Fasubra, que atuou na greve como um amortecedor entre a indignação dos trabalhadores e os ataques do governo. Durante toda a greve, essa direção vendeu ilusões para a categoria afirmando que esse governo é “nosso governo” e que, portanto, não precisava radicalizar pois nesse governo haveria abertura.
No entanto, o que o governo mostrou foi a mais pura intransigência. O projeto das fundações, por exemplo, que o governo afirmou que seria discutido com a categoria, foi enviado para o Congresso sem qualquer tipo de discussão.

A direção cometeu ainda o crime de boicotar as plenárias dos servidores públicos federais, jogando contra a unificação do funcionalismo, ajudando o governo. Como se isso não bastasse, a Fasubra está compondo o Grupo de Trabalho do governo que discute o direito de greve, legitimando mais um ataque ao direito histórico dos trabalhadores.

A força da greve conseguiu uma vitória parcial, mas importante, pois enfrentou um governo neoliberal e uma direção atrelada ao governo. A greve mostra que outra direção para a Fasubra é possível e necessária.

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