Insatisfeito com a proposta do governo e decidido a lutar pelas reivindicações contidas na pauta protocolada no Ministério do Planejamento, funcionalismo inicia paralisações e planeja greve geral para o fim de abrilA partir da próxima semana os servidores públicos federais intensificarão as mobilizações em todo o país a fim de preparar as categorias para uma possível greve geral por tempo indeterminado a partir do fim de abril. A decisão só depende da resposta do governo à pauta de reivindicações na reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente, que deverá acontecer no dia 6 ou 7 de abril. A decisão dos dirigentes sindicais, integrantes da Coordenação Nacional das Entidades de Servidores Federais (CNESF), reflete a insatisfação com a proposta de reajuste do governo, que apenas reforça a concessão de gratificação, cuja incorporação aos salários é uma reivindicação histórica do funcionalismo.

A proposta do governo dá continuidade à metodologia do governo FHC, que utilizava a gratificação para substituir a falta de uma política salarial, aprofundando, ao mesmo tempo, as desigualdades de vencimentos entre os servidores públicos. E com um agravante: para este ano o governo oferece percentagens de reajustes mais baixas para os aposentados que, a partir do mês de maio, terão de pagar 11% dos seus vencimentos à previdência social. Ou seja, penaliza duplamente os aposentados.

Na verdade, a proposta do governo não passa de um jogo de marketing político. Por isso, os servidores decidiram, na Plenária Nacional dos SPFs, em março, definir o dia 14 de abril como Dia da Resposta, quando paralisarão as atividades em todo o país em protesto contra a falta de negociação da pauta de reivindicações. A idéia é mobilizar as categorias para alertar o governo de que o funcionalismo não está mais disposto a aceitar as migalhas que caem da mesa do Fundo Monetário Internacional.

No dia 1º de abril, várias categorias do serviço público fizeram paralisações nos estados como forma de mostrar a disposição de lutar pelo cumprimento de reivindicações de mais de 10 anos. Em nota encaminhada às bases, a CNESF afirma que a proposta do governo não contemplou nenhuma reivindicação das categorias e, em razão da repercussão de informações na mídia que não refletem o posicionamento do conjunto das entidades integrantes deste fórum, reforça a unidade dos servidores públicos e a necessidade de intensificar a mobilização.

A greve será definida no dia 18 de abril, quando os servidores farão uma nova plenária nacional em Brasília.