Sarney distribuiu cargos a torto e direito a parentes e amigos durante toda a sua vida pública. É acusado de desvio de verba através de sua fundação e de editar inúmeros atos secretos no Senado para nomear parentes. Mas não está sendo processado ou sequer investigado e acabou de ter 11 representações no Conselho de Ética sumariamente arquivadas.

Já o servidor do Banco Central, Breno Santa Cruz Freitas, de 37 anos, foi preso. O crime pelo qual é acusado: chamar Sarney de ladrão. O caso é insólito e mostra a que ponto chegamos. Enquanto Sarney continua livre e ainda presidente do Senado, terceiro da linha sucessória de Lula, um trabalhador é preso por chamar Sarney daquilo que ele de fato é.

O caso teria ocorrido no dia 6, no final da tarde no Senado, quando Sarney andava no corredor da Casa. O servidor, segundo versão dos seguranças, teria xingado o senador enquanto ele caminhava em direção ao plenário. Sarney teria ouvido o xingamento e imediatamente determinado a prisão do servidor. O funcionário foi detido e agora corre o risco de enfrentar processo administrativo no Banco Central.

Se Sarney apresentar queixa, será processado. E, diferente de Sarney, não contará com a proteção de Lula para se safar.