Grandes negociatas, troca-troca e promessa de cargos não foram suficientes para garantir a eleição do candidato oficialO governo Lula sofreu a sua maior derrota no Congresso Nacional. Pela primeira vez, um partido que comanda o governo e a maior bancada não é capaz de eleger o presidente da Câmara. O candidato governista Luiz Eduardo Greenhalg (PT-SP) era o favorito. Mas, como tem se costumado escutar ultimamente no futebol carioca, quem é que liga para favoritos?

A certeza foi desaparecendo ainda no primeiro turno da votação, cujo resultado só foi conhecido na madrugada do dia 15. O candidato oficial do PT teve 207 votos, longe dos 253 necessários para se eleger. Severino Cavalcanti (PP-PE) recebeu 124 votos, superando Virgilio Guimarães (PT-MG), que teve 117 votos. No segundo turno, já quase amanhecendo, o PT conseguiu uma proeza. Greenhalgh teve apenas 195 votos – menos do que os 207 obtidos no primeiro turno. E Severino recebeu 300 votos.

De nada adiantou o corpo-a-corpo dos últimos dias, com Greenhalg oferecendo churrascos, jantando com a bancada evangélica e criticando as ocupações de terra para agradar a bancada ruralista. Tampouco funcionou o empenho de 10 ministros e do ex-presidente da Casa, João Paulo Cunha, que barganharam emendas e subvenções (belos nomes para compra de votos) em troca do apoio dos parlamentares. Os deputados, tanto faz se da oposição ou da base aliada, despejaram votos no candidato avulso. E o país amanheceu com a surpresa: Severino presidente da Câmara.

Post author Gustavo Sixel, da redação
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