O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe/RJ) acaba de romper com a CUT em um plebiscito realizado em toda categoria, simultaneamente com as eleições da sua diretoria. Na maior votação da história do sindicato (quase 20 mil votos), realizado de 19 a 23 de junho, os trabalhadores da educação de todo o estado aprovaram, por uma ampla maioria, dos votos (62,64%), que o Sepe/RJ deveria se desfiliar da CUT.

Foram inscritas quatro chapas, sendo duas que defendiam a manutenção da filiação (chapas 1 e 3). As outras duas chapas (chapas 2 e 4) defendiam a ruptura do Sepe com a CUT), sendo que os grupos que formam a chapa 2 foram contra a ruptura imediata, no último Congresso do Sepe, propondo a realização do plebiscito para este ano. Apesar de todo o aparato e o abuso do poder econômico das duas chapas que defendiam a permanência na CUT, a base da categoria expressou de forma impressionante sua indignação. O “não” à CUT foi majoritário em todas as regionais da capital e na maioria esmagadora dos núcleos do interior e do grande Rio. Mesmo em locais que as chapas cutistas ganhavam as eleições para a diretoria do sindicato, o “não” à CUT era majoritário, expressando o grande repúdio da base.

Em relação às eleições da diretoria do Sepe Central, as duas chapas que defendiam a ruptura com a CUT tiveram os melhores desempenhos. A chapa 4 – “O Sepe é de Luta e da Educação – A CUT não” formada pelos militantes do PSTU / MTL / NOS / Reage e independentes, chegou em primeiro lugar com 5.901 votos (33,6 %). Além da vitória expressiva no plebiscito e na eleição para a Diretoria do Sepe Central, a chapa 4 venceu também a disputa pelas diretorias locais em 2 regionais da capital e 11 núcleos do interior e grande Rio.

“Após esta expressiva vitória vamos fortalecer ainda mais o debate na categoria sobre a construção de uma nova ferramenta para fortalecer a luta da classe trabalhadora. Reconhecemos na realização do Conat e na construção da Conlutas um grande passo no sentido de construir uma Coordenação Nacional para as lutas dos trabalhadores e do conjunto dos explorados e oprimidos”, afirmou Gualberto Tinoco (Pitéu), um dos coordenadores gerais da chapa 4.
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