No dia 17 de outubro, trabalhadores, sem-teto e estudantes de São Paulo, Osasco, Guarulhos e ABC, participaram ativamente do Seminário Estadual de Reorganização. A atividade contou com a presença de 128 ativistas e foi convocada pela Conlutas-SP, Intersindical, Pastoral Operária, MTST, MTL e MAS.

Na parte da manhã, teve a mesa de Conjuntura apresentada pela Conlutas, Intersindical e Pastoral Operária. O plenário denunciou a ocupação militar no Haiti pelas forças da ONU, com as tropas da Minustah sob a direção do exército brasileiro. Também analisou a luta pelo fim do golpe em Honduras, demonstrando o caráter internacional da luta dos trabalhadores.

Os palestrantes fizeram uma análise da crise mundial afirmando que a mesma ainda não acabou e que não foi, nem de longe, uma “marolinha”. As consequências para os trabalhadores, principalmente com as demissões, foram duras.

A criminalização dos movimentos sociais, com a perseguição a dirigentes sindicais, sem-teto, sem-terra e estudantes, também veio à tona. Foi feita uma saudação especial pela reintegração do companheiro Dirceu Travesso, o Didi, bancário da Nossa Caixa.

Os trabalhadores dos Correios falaram sobre suas lutas e os enfrentamentos com a empresa com as centrais governistas, CUT e CTB. Mostraram toda sua indignação com mais um ataque de Lula aos grevistas, desta vez chamando os lutadores carteiros de “covardes”, assim como atacou os sem-terra chamando-os de “vândalos”, enquanto pro ex-operário Lula, latifundiários são verdadeiros “heróis”, Obama e até Bush são “companheiros”.

Os bancários mostraram sua força na recente greve. Os companheiros da Caixa Econômica Federal, que ainda estavam em greve naquele momento, denunciaram o papelão do governo e do sindicato cutista. As greves metalúrgicas de São Paulo mostraram a força da luta dos trabalhadores, em especial dos metalúrgicos de São José dos Campos e toda a traição da CUT e da Força Sindical, com direito a rebeliões de base. E assim, diversos setores expressaram as suas lutas, como os químicos, servidores municipais, federais, professores, metroviários, previdenciários, servidores e estudantes da USP, o MTST e a luta por moradia.

Buscar a unificação
Na parte da tarde, o tema foi a reorganização. A mesa era composta pela Conlutas com Mauro Puerro, Intersindical, Pastoral Operária, MTST, CST, MTL e FOS. O companheiro Mauro defendeu a necessidade de que todos os setores que estão à esquerda do governo Lula e que não se venderam, nem se renderam, deveriam buscar a unificação. Todos os demais companheiros defenderam a necessidade da unificação.

O debate maior foi sobre o caráter e a natureza da nova central, se era só sindical, sindical-popular ou sindical-popular-estudantil. O companheiro Mauro defendeu que a central deve integrar todos os setores, sindicatos, movimentos populares e organizações dos estudantes, como é hoje na Conlutas. Lembrou que a questão de representação dos movimentos sociais e estudantis precisa ser aprofundada, mas que a Conlutas entende a centralidade da classe trabalhadora na reorganização sem excluir nenhum setor.

Mauro disse, ainda, que a forma como a Conlutas se organiza, mostrou que não perdeu seu caráter de classe. Os estudantes da Anel (Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre) defenderam a unidade de todos que lutam e sonham com o socialismo, defenderam a participação dos estudantes na nova Central, entendendo a centralidade da classe operária.

Os ativistas de São Paulo estão se preparando para participar do Seminário Nacional de Reorganização que ocorrerá na própria capital paulista nos dias 1º e 2 de novembro.