Nesse dia 7 de agosto ocorreu em Brasília o Seminário Nacional em Defesa da Previdência Social Pública. O evento, realizado no Auditório Petrônio Portella do Senado, foi organizado a partir de uma iniciativa da Conlutas e teve o objetivo de fazer um contraponto ao Fórum Nacional da Previdência Social, controlado pelo governo, patrões e centrais sindicais pelegas.

O encontro reuniu mais de 200 ativistas de todo o país e teve a representação de diversas entidades nacionais, tais como OAB, Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados), Andes (Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior), CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Federal), Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social), Frente Parlamentar em Defesa da Previdência, ASSIBGE (sindicato nacional dos servidores do IBGE) , Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social), Cnesf (Coordenação Nacional dos Servidores Públicos Federais) Conlutas e Intersindical.

Também marcou presença uma delegação de servidores em greve da base da Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Universidades Brasileiras). Além dos servidores públicos, estavam presentes aproximadamente 100 entidades sindicais e populares, de todas as regiões do país.

Durante o seminário, o representante da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, Bernardo Lestienne afirmou que todos têm direito à vida, “não só à sobrevivência, mas o direito a uma vida digna”. E completou: “Previdência social não é um favor do Estado, mas sim uma obrigação”.

Segundo o ex-deputado federal Sérgio Miranda mais de 80 milhões de brasileiros dependem dos recursos da previdência social. “Além disso, a seguridade protege mais de 30 milhões de trabalhadores da ativa”, afirmou. Miranda ainda disse que o governo quer entregar os recursos dos fundos públicos para os grandes bancos.

Em sua fala, a representante da Frente Parlamentar em Defesa da Previdência Pública, Dona Josefa ressaltou: “ao longo dos anos, da diferença entre as receitas e os gastos da Previdência, sobraram mais de 1 trilhão de reais e ficou tudo na mão do governo”. O argumento de que a Previdência é superavitária foi unânime entre os explanadores. Segundo Maria Lúcia Fatorelli, que é auditora fiscal e coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, sobram recursos da seguridade social. “No entanto, por meio da DRU, esse dinheiro está sendo desviado para pagar dívidas e juros para banqueiros”.

De acordo com Neida Oliveira, dirigente da oposição dos professores do Rio Grande do Sul e representante da Conlutas no Seminário, o evento teve a intenção de preparar os ativistas para uma ampla campanha contra as mentiras do governo e da mídia. “O nosso próximo passo será organizar o plebiscito, não somente coletando votos, mas conscientizando e mobilizando os trabalhadores para barrar esse ataque do governo Lula”.

O Seminário deliberou pela participação ativa no plebiscito da Semana da Pátria e na Marcha à Brasília, prevista para o mês de outubro. Além disso, reforçou o chamado à unidade de todos os setores em luta contra a reforma da previdência, unificando os calendários propostos pelas várias entidades, em particular a Cobap e a Conlutas.

Manobra da CUT não impede luta contra reforma do governo
A tentativa da CUT de sabotar o plebiscito popular, dividindo o movimento e recusando-se em realizar a votação com as quatro perguntas, não está impedindo o fortalecimento da luta contra as reformas. O próprio seminário e a ampla participação das entidades comprovam isso.

Além disso, a central sofre com o desgaste na base. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a CUT não conseguiu impor apenas uma pergunta à organização do plebiscito e, além disso, a pressão da base fez com que a própria central encampasse as quatro questões. Isso demonstra a necessidade de se intensificar o chamado à unidade na base das entidades, em torno da organização do plebiscito e das quatro perguntas definidas pelo Comitê pela Anulação do Leilão da Vale do Rio Doce.

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