Agora é intensificar o calendário de mobilização nos estados, e a primeira grande tarefa é a construção do plebiscito em setembroNesta terça feira, dia 7 de agosto, no Auditório Petrônio Portella do Senado Federal, aconteceu o Seminário Nacional em defesa da Previdência Social Pública. O evento, construído a partir de uma iniciativa da Conlutas, teve o objetivo de fazer um contraponto ao Fórum Nacional da Previdência Social, controlado pelo governo, patrões e centrais sindicais pelegas.

O encontro reuniu mais de 200 ativistas do país inteiro e teve a representação de diversas entidades nacionais, tais como OAB, Cobap, Andes, CNBB, Sinasefe, Anfip, Frente Parlamentar em Defesa da Previdência, ASSIBGE, Fenasps, Cnesf, Conlutas e Intersindical. Também marcou presença uma delegação de servidores em greve da base da Fasubra. Além dos servidores públicos, estavam presentes aproximadamente 100 entidades sindicais e populares, de todas as regiões do país.

Durante o seminário, o representante da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, Bernardo Lestienne afirmou que todos têm direito à vida, “não só à sobrevivência, mas o direito a uma vida digna”. E completou: “Previdência social não é um favor do Estado, mas sim uma obrigação”.

Segundo o ex-deputado federal Sérgio Miranda mais de 80 milhões de brasileiros dependem dos recursos da previdência social. “Além disso, a seguridade protege mais de 30 milhões de trabalhadores da ativa”, afirmou. Miranda ainda disse que o governo quer entregar os recursos dos fundos públicos para os grandes bancos.

Em sua fala, a representante da Frente Parlamentar em Defesa da Previdência Pública, Dona Josefa ressaltou: “ao longo dos anos, da diferença entre as receitas e os gastos da Previdência, sobraram mais de 1 trilhão de reais e ficou tudo na mão do governo”.

O argumento de que a Previdência é superavitária foi unânime entre os explanadores. Segundo Maria Lúcia Fatorelli, que é auditora fiscal e coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, sobram recursos da seguridade social. “No entanto, por meio da DRU, esse dinheiro está sendo desviado para pagar dívidas e juros para banqueiros”.

De acordo com Neida Oliveira, dirigente da oposição dos professores do Rio Grande do Sul e representante da Conlutas no Seminário, o evento teve a intenção de preparar os ativistas para uma ampla campanha contra as mentiras do governo e da mídia. “O nosso próximo passo será organizar o plebiscito, não somente coletando votos, mas conscientizando e mobilizando os trabalhadores para barrar esse ataque do governo Lula”.

O Seminário deliberou pela participação ativa no plebiscito da Semana da Pátria e na Marcha à Brasília, prevista para o mês de outubro. Além disso, reforçou o chamado à unidade de todos os setores em luta contra a reforma da previdência, unificando os calendários propostos pelas várias entidades, em particular a Cobap e a Conlutas.