O Seminário “Reforma ou Revolução: uma discussão atual no Brasil e na América Latina” ocorrido na manhã de hoje contou com a participação de mais de 500 pessoas que concorreram ao Clube do Comércio de Porto Alegre.

O seminário teve como palestrantes o professor James Petras (EUA); Eduardo Almeida PSTU – Brasil), Alicia Sagranitchini (FOS –Argentina); Jorge Altamira (PO – Argentina); Tom Lewis (ISO –EUA).

Veja algumas das questões abordadas pelos palestrantes no seminário “Reforma ou Revolução”

Eduardo Almeida
O primeiro a tomar a palavra foi Eduardo Almeida que ressaltou que duas principais tarefas dos revolucionários na atualidade são o combate ao imperialismo e à democracia burguesa. Eduardo Almeida destacou ainda a importância dos organismos de poder da classe trabalhadora e citou o exemplo do início da revolução Argentina como um marco para a luta dos trabalhadores de todo o continente.

Alicia Sagra
Pontuou que o atual processo revolucionário que vem ocorrendo na Argentina questiona diretamente o regime democrático burguês e suas instituições, exigindo uma saída operária e socialista que não passa, por exemplo, pela proposta de uma Assembléia Nacional Constituinte como saída para a questão do poder. Alicia também destacou a necessidade de uma Frente de Esquerda que unifique os socialistas revolucionários argentinos sob uma mesma base programática e organizativa para lutar pela direção do movimento de massas.

James Petras
Destacou que vivemos um período transitório, de instabilidade e crises econômicas, políticas e sociais que levará necessariamente, mais cedo ou mais tarde, ou à revolução socialista ou a novos golpes militares, o que deixa pouca margem de manobra para a aplicação de um projeto reformista.

Jorge Altamira
Centrou sua intervenção na descrição do papel da pequena burguesia na revolução argentina e da necessidade de se ter uma política para aproximar as classes médias de uma saída operária e popular.

Tom Lewis
Foi o último a falar. Lewis destacou a necessidade de combater a fundo as direções reformistas do movimento de massas, como o PT brasileiro, pois segundo ele, mesmo que o capitalismo não deixe mais espaço para realizar grandes concessões para os trabalhadores, num primeiro momento e em vários países, as massas se voltarão, em sua ruptura com os partidos burgueses tradicionais e os governos de turno, para uma saída reformista antes de jogarem sua esperanças numa saída socialista, operária e revolucionária.

Grande presença de argentinos

Houve uma grande presença de militantes da esquerda revolucionária argentina no seminário. Um ponto alto do evento foi a homenagem feita aos presos políticos e aos mortos nos últimos meses de intensas lutas que sacudiram o país e que levaram inclusive à queda do governo De La Rua/Cavallo. O seminário foi encerrado com brasileiros e argentinos cantando, de maneira improvisada, em ambas as línguas, a internacional.