Ato no dia 10, em Porto Alegre
Felipe Caldeira
Redação

Porto Alegre teve a maior manifestação, com mais de dois mil estudantesNão foi apenas em Brasília que a situação política esquentou. Em diversas capitais, atos foram realizados nesta semana, impulsionados pela Conlutas, pela Conlute e diversos sindicatos e entidades estudantis. Além da denúncia da corrupção no governo e no Congresso, os protestos prepararam a marcha a Brasília, no dia 17.

Os protestos começaram na segunda, dia 8, em Belo Horizonte, com uma manifestação em frente ao Teatro Sesiminas, onde o presidente Lula participava de uma solenidade. O protesto, montado rapidamente, foi convocado pela Conlutas, Federação dos Metalúrgicos de Minas Gerais, Sindifisco-MG, Sindibel, Sindi-UTE e pelo DCE-UFMG, entre outras entidades. Neste mesmo dia, em São Paulo dezenas de estudantes de Direito da USP protestaram durante um debate com o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Os estudantes chamaram Jefferson de ladrão e não pouparam críticas ao presidente Lula.

Em Porto Alegre (RS), foram duas manifestações. A primeira ocorreu na quarta, dia 10, na Esquina Democrática, com cerca de 500 trabalhadores e estudantes. O ato realizou a “prisão” dos corruptos, em uma cela montada especialmente para a ocasião. Houve uma rápida caminhada pelo centro da capital. Pessoas que assistiam nas calçadas aderiram. Manifestantes vestidos de presidiários – com máscaras de Zé Dirceu, Roberto Jefferson e Marcos Valério – e um ator caracterizado como Lula distribuíram reproduções de notas de dólares à população. O ato foi convocado pela Conlutas, por diversos sindicatos da região e pelo PSTU e P-SOL.

No dia seguinte, foi a vez dos estudantes ocuparem as ruas da capital gaúcha. A manifestação foi a maior, com mais de 2 mil pessoas que marcharam pelo centro. Ao contrário dos caras-de-pau da UNE e da UBES que chamam os estudantes para defender o governo do mensalão, este protesto denunciou Lula. No meio do trajeto, em frente a sede do PT, foi ateado fogo em uma pizza. A marcha encerrou contando com apoio dos populares que faziam gestos de apoio e até dos motoristas, que mesmo com o trânsito prejudicado pela passeata, mostravam solidariedade ao ato. Ao final, Giovanni Mangia, então diretor da UBES, anunciou que estava renunciando ao cargo na entidade para se somar na construção da Conlute.

O dia 11 teve protestos também em Fortaleza (CE), durante todo o dia. Logo de manhã, uma passeata convocada pela Conlute teve início em frente ao Cefet. O protesto também era contra a reforma Universitária e a bilhetagem eletrônica, sistema que usa o passe card, um cartão que elimina os vales-trasnporte de papel, e favorecendo os empresários de ônibus e fechando postos de trabalho. A bilhetagem eltrônica está sendo implementada pela prefeita Luizianne Lins, da esquerda do PT, que chegou a apoiar a luta dos estudantes no ano passado.

Na parte da tarde, um outro ato, convocado pela Conlutas, ocorreu em frente ao terminal de ônibus do Papicu. O ato contou com mais de 800 trabalhadores, principalmente da construção civil. Também teve o apoio do sindicato de rodoviários e gráficos e a presença de estudantes e servidores federais.

Ainda no dia 11, foram realizados atos em São Luís (MA), Belém (PA) e Salvador (BA).

Colaboraram: Luciana Cândido, de Porto Alegre (RS), Lívia Furtado, de Belo Horizonte (MG), George Bezerra e Fausto Pinheiro, de Fortaleza (CE)

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