Moradores percorrem as ruas de São José dos Campos, reúnem-se com movimentos sociais e preparam novas ações. Prefeitura e PM ameaçam derrubar as casas a qualquer momentoAs famílias do acampamento Pinheirinho continuam ameaçadas pelo prefeito de São José dos Campos (SP), Eduardo Cury (PSDB), que tenta retirá-los do local a todo custo. Com quase três anos de ocupação, a serem completados em fevereiro de 2007, o local abriga cerca de 1.200 famílias e tornou-se um novo bairro da cidade. A luta desses anos já garantiu várias conquistas, como a garantia do fornecimento de água e esgoto aos moradores.

Depois de várias tentativas frustradas, o prefeito tucano tenta mais uma vez a derrubada das casas. Ele ameaça enviar a Polícia Militar ao local ainda em novembro, para devolver o terreno ao megaespeculador Naji Nahas, que abandonou a área e deve mais de R$ 5 milhões em impostos.

Resistência
Enquanto os advogados dos sem-teto recorrem da decisão, os moradores preparam a luta. Placas e faixas anunciando a resistência à ordem de derrubada das casas são visíveis durante toda a extensão da ocupação. Assembléias internas também elaboram estratégias a serem utilizadas contra a ação da Tropa de Choque da PM.

Ao mesmo tempo em que se preparam, os sem-teto têm tomado iniciativas para buscar a solidariedade da população e de movimentos sociais de todo o país. No dia 9 de novembro, cerca de duas mil pessoas deixaram o acampamento e realizaram uma passeata de sete horas pelas principais ruas da cidade, em um trajeto de mais de 15 quilômetros.

O último passo da campanha ocorreu no dia 15, em uma reunião com ativistas de alguns dos principais movimentos sociais do país, como MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), MPRA (Movimento Popular pela Reforma Agrária) dos estados de São Paulo e Minas Gerais, além do MUST (Movimento Urbano dos Sem Teto), que dirige a ocupação em São José. A reunião aprovou um calendário de luta, que terá início com uma nova marcha nesta semana. “A reunião foi muito importante, pois cada um conheceu o trabalho desenvolvido por seu movimento. Os representantes dos diversos movimentos ficaram por dentro dos ataques que estamos sofrendo aqui e eles sugeriram a marcha, para unificarmos nossa luta”, disse Valdir Martins de Souza, o Marrom, um dos dirigentes do Pinheirinho.

(*) Com informações do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região
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