Trabalhadores e trabalhadoras sem teto e seus filhos, na cidade de Taubaté (SP), começam a se organizar em várias ocupações pela cidade. Taubaté é um município industrial localizado no Vale do Paraiba, com 250 mil habitantes e indústrias de grande porte, como Volkswagen, Ford, LG e Alston.

Estimativas da própria Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) indicam um déficit de 11.500 moradias na cidade. A prefeitura, governada pelo PMDB e pelo PT, apoiada pelo Sindicato dos Metalúrgicos e pela CUT, afirma que o déficit é de 5 mil moradias.

Os trabalhadores ocuparam três terrenos nas últimas semanas. A cidade tem uma série de distritos vazios, pois tem uma política descarada de transferência e doações de terrenos para grandes empresas e shopping centers, com isenções fiscais. Isso vem ocasionando cortes de verbas públicas para serviços básicos, como na Saúde, por exemplo. A cidade foi, em todo o Vale do Paraíba, a mais afetada pela gripe A. Agora, surge um surto de infecção hospitalar no Hospital Regional, o principal da região.

Nesta segunda, 19 de outubro, a Polícia Militar, cumprindo ordem de reintegração de posse, desocupou um dos terrenos. Mas o sem-teto, indignados com a política habitacional da prefeitura, ocuparam outro. Outros dois terrenos permanecem ocupados. Os dois têm dividas com a prefeitura.

O PSTU tem levado solidariedade aos trabalhadores e chamado a população de Taubaté a apoiar esta luta. Cabe ressaltar que, além do caos nos serviços públicos, o prefeito sua vice já foram cassados pela TRE, em primeira instância, por caixa-dois na campanha eleitoral.