Se fizéssemos um rápido exercício de imaginação e transportássemos no tempo o então operário Lula do final da década de 70 para o futuro, logo após a aprovação das leis anti-greve, veríamos o sindicalista sendo preso por causa de sua própria versão envelhecida. O presidente que cresceu politicamente após as massivas greves do final da década de 70 e início dos anos 80, agora no poder e ao lado dos patrões, investe contra esse direito.

As greves do ABC naquele período foram fundamentais para a queda da ditadura e o avanço da organização dos trabalhadores brasileiros, concretizando-se na construção do PT e da CUT. O próprio Lula sofreu na pele a repressão contra as greves, quando foi preso pelo DOPS em 1980. Tal ofensiva não se dá por acaso. O presidente sabe da importância das greves como principal arma de pressão dos trabalhadores na luta contra os governos e o capital.

Devemos, portanto, responder a esses ataques assim como os operários metalúrgicos responderam à ditadura militar: com mais greves, enfrentando o autoritarismo e as arbitrariedades do governo das elites e da burguesia.

Post author
Publication Date