No dia 15, o governo Lula enviou a seleção brasileira para jogar no Haiti. Não satisfeito em enviar mais de 1.500 soldados brasileiros para ocupar o país, Lula utiliza-se de uma das maiores paixões dos trabalhadores brasileiros, e também dos haitianos, para mascarar o verdadeiro objetivo dessa ocupação militar: ajudar o imperialismo norte-americano na sua tarefa suja de recolonizar o Haiti.

O Haiti é o país mais pobre do continente americano. Metade da população não tem acesso à água potável, a capital do país dispõe de apenas quatorze horas de eletricidade diariamente e 65% da população vive na mais absoluta miséria. No entanto, a população adora o futebol brasileiro. É comum encontrar nas ruas do país dezenas de pessoas com nomes de grandes craques das seleções brasileiras, como Gérson, Garrincha e Romário.

Não foi à toa que o imperialismo norte-americano mandou Lula enviar a seleção de futebol. Nada como uma partida de futebol brasileiro para fazer parecer que essa ocupação é algo aceitável.
O que a atual ocupação está fazendo, com a ajuda das tropas brasileiras, é sufocar qualquer possibilidade do povo haitiano decidir de forma soberana sobre o seu futuro.

Além das tropas, o governo Lula também está levando ao Haiti um grupo de técnicos e engenheiros sob o argumento de ajudar na reconstrução do país. No entanto, organizações dos movimentos sociais haitianos estão denunciando que o verdadeiro caráter da missão dos técnicos do governo brasileiro é a de prestar consultoria às empresas maquiladoras norte-americanas. Essas empresas são conhecidas por submeterem seus trabalhadores a condições de trabalho deploráveis.

Lula já confirmou sua presença no amistoso e vai assistir a partida ao lado do primeiro-ministro fantoche, Gérard Lartortue, imposto ao comando do país depois que as tropas americanas depuseram o corrupto presidente Aristides (colocado, anos antes, pelos próprios americanos). Na frente dos dois, uma multidão entusiasmada estará aplaudindo o futebol brasileiro. Por trás dos dois, o verdadeiro vencedor da partida: George Bush.
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