Na madrugada de sábado, dia 2 de fevereiro, a sede nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo, foi invadida por 10 homens encapuzados e com armamento pesado. Aproximadamente às 2 horas, dois homens usando boné e colete a prova de bala, da Polícia Civil, renderam o vigia da sede. Em seguida, mais oito homens entraram. Eles estacionaram um caminhão, sem placa, na garagem do prédio e roubaram todas as salas do prédio, que abriga além da CUT Nacional, a CUT São Paulo e várias confederações. Os homens arrombaram gavetas e armários, roubaram cofres, computadores, documentos e tudo o mais que puderam.

Em coletiva à imprensa, na tarde de ontem, o presidente da CUT, João Felício, disse que a Central “foi vítima da violência que cresce vertiginosamente, principalmente, no Estado de São Paulo. João Felício também afirmou que, na CUT, não havia nada de valor para ser roubado “e o assalto foi mais uma prova do quanto o nosso país está se tornando refém do crime organizado.

O atentado à sede da CUT não pode ser considerado como simples roubo, mas sim como uma ação política dirigida. A central não perdeu “apenas cofres, cheques e materiais”, mas parte daquilo que constitui a memória das tantas lutas da classe trabalhadora.

Para o presidente da CUT-RJ, Antônio Carlos Carvalho (Carlinhos), “não há dúvidas de que se trata de um crime político. Ou melhor, mais um. Não podemos nos esquecer da quantidade de militantes do PT e da esquerda em geral, que foram brutalmente assassinados, além de uma infinidade de outros que estão ameaçados de morte. Não pode ser coincidência que, durante o Fórum Social Mundial e após termos aprovado a organização da Greve Nacional, a sede da CUT tenha sido assaltada”.

Hoje, dia três de fevereiro, às 13 horas, a CUT organizou um ato em protesto ao roubo da sede. Estiveram presentes parlamentares da esquerda e vários representantes de sindicatos e organizações do movimento social. Durante o ato, os trabalhadores presentes mostraram, em suas intervenções e palavras de ordem, que não vão se render a nenhum tipo de retaliação política.

O ato foi encerrado com palavras de ordem por justiça, trabalho, segurança e Greve Nacional dia 21 de março.