Um Trabalhador foi baleado. Episódio é exemplo lamentável de gangsterismo sindical
No dia 1° de agosto, a sede da Conlutas em São José dos Campos (SP) sofreu um atentado a tiros.

Cerca de 30 homens armados, alguns encapuzados, invadiram o local com gritos, ameaças e tiros. Houve quebra-quebra de instalações da sede, móveis e de três veículos do Sindicato dos Metalúgicos que estavam estacionados no local. Um trabalhador foi baleado.

Os gangsters e bandidos armados de escopetas, rojões e revólveres invadiram a sede quando os trabalhadores da construção civil da Revap preparavam sua assembléia para fundar uma associação de ajuda mútua e solidariedade dos trabalhadores.

A sede da Conlutas fica em uma área pertencente ao Sindicato dos Metalúrgicos. Durante a invasão, nada de valor foi roubado. Apenas documentos relativos à fundação da associação foram levados, tais como a ata e a lista de presença da assembléia.

Os fatos são de extrema gravidade. Desde a ditadura militar, organizações paramilitares não ousam invadir a sede de uma organização política e sindical.

A quem interessa o ataque?
O objetivo da assembléia era a criação de uma associação para os trabalhadores atacados pela Petrobras e que trabalhavam nas obras da Revap. Muitos se perguntam quem seriam os responsáveis por esse ataque. Há alguns suspeitos.
Um deles é o sindicato da construção civil da região, filiado à CUT. Essa entidade cutista foi recusada pela categoria na recente greve de 31 dias da Revap. Na vitoriosa paralisação, os operários criaram uma comissão de negociação independente do sindicato.

Outro suspeito é a direção da Petrobras e as empreiteiras, que iniciaram uma forte perseguição aos trabalhadores. Tentam criminalizar o movimento e demitiram todos os membros da comissão de negociação. Recentemente decretaram lockout e iniciaram um processo de demissão em massa. A repressão atingiu o ponto alto com a invasão da Tropa de Choque da PM à refinaria no dia 10 de julho.

A Conlutas e os trabalhadores terceirizados da Revap exigem o imediato esclarecimento do papel do sindicato da construção civil e da Petrobras nesse acontecimento.

Estamos diante de um grave crime que deve ser repudiado por toda a sociedade. Cobramos dos governos federal, estadual e municipal atitudes imediatas no sentido de identificar e punir os responsáveis por esse crime. O direito de organização dos trabalhadores é garantido pela Constituição. É dever do Estado garanti-lo.

Para a Conlutas, a invasão é um ataque ao conjunto das organizações independentes do movimento operário. Repudiamos a violência física para resolver diferenças políticas. O objetivo desse ataque era de silenciar a Conlutas no Vale do Paraíba. Mas não ficaremos calados e continuaremos com as lutas dos trabalhadores.

* Com informações da Conlutas do Vale do Paraíba.
Post author da redação*
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