A noite de terça-feira, 29 de novembro, foi realmente especial para o movimento negro pernambucano socialista. Além de analisar as políticas públicas do governo Dilma Rousseff (PT), a situação do povo haitiano e o caráter do governo Obama, o evento marcou os 10 anos de existência da Secretaria de Negros e Negras do PSTU Pernambuco.

Várias categorias participaram da atividade, como professores municipais, estaduais, federais e da rede privada, bem como técnico-administrativos em educação da UFRPE e UFPE, guardas municipais de Recife, servidores estaduais do judiciário, da saúde, além de estudantes secundaristas e universitários.

Antes de iniciar o debate, foi lida a carta do companheiro Wilson Honório, da equipe do Opiniao Socialista e ex-dirigente da Secretaria Nacional de Negros e Negras do PSTU, que parabenizou a regional Recife pelos 10 anos de uma batalha com muitos obstáculo e dificuldades. “Eles foram e continuam sendo muitos. Mas exatamente por isso, a regional também está de parabéns. Ter encarado este desafio e consolidado a Secretaria nestes 10 anos é prova inconteste da seriedade e dedicação dos companheiros. E, acima de tudo, certeza de que sempre poderemos contar com Recife como forte e sólido bastião da luta pela construção do mundo com que tanto sonhamos (e necessitamos): um mundo sem racismo, machismo ou homofobia. Um mundo socialista”, declarou Wilson na carta.

Como convidada, o PSTU chamou a professora Elizama Messias, Mestra em educação pela UFPE. A professora falou sobre a teoria do embranquecimento e a miscigenação que levam à falsa ideia de que no Brasil existe uma democracia racial. “A teoria do embranquecimento apenas dá sustentação ao racismo”, argumenta Elizama. Ela ainda afirmou que as políticas públicas do governo é ineficaz para combater o racismo.

Em seguida, Jair Pedro falou pela Secretaria de Negros e Negras de Pernambuco, e acrescentou no debate a necessidade de apostarmos a discussão de classe. “Não basta a discussão racial, não basta a discussão de opressões, temos que acrescentar o debate de classes. Para quem Obama governa? Para os trabalhadores? Ou para o capital internacional? Apesar dele ser negro, tem uma prática embranquecedora. Obama não é mais negro, pelo contrário ele é do imperialismo branco”.

Para Walter Oliveira, essa atividade reafirmou a secretaria de Negros e Negras de Pernambuco como um pólo aglutinador para as lutas antiracistas e, acima de tudo, anticapitalista. “Foram 10 anos de muita luta e esse debate, com a presença de vários setores da classe trabalhadora, mostra que em Pernambuco, há uma alternativa para os negros e as negras socialistas: O PSTU estará por quanto tempo for necessário junto aos oprimidos e explorados, com certeza a classe trabalhadora tem com quem contar”, afirma Walter.