Leonardo Maia, de Aracaju (SE)

Em Sergipe, o PSTU tem levado jornais e panfletos com o chamado da paralisação nacional desta sexta-feira, dia 10, em diversos locais. Nesta terça, 7, fizemos agitação na Petrobrás, onde vendemos 57 jornais, e nos Correios, onde vendemos 20. Fomos ainda com nosso panfleto na fábrica de cimento Cimesa, na Fábrica Yazak, que produz componentes para a montagem do Novo Ka, da Ford, garagens e terminais de ônibus.

A partir dessas atividades nós conseguimos sentir a revolta da classe trabalhadora com essas reformas e o governo. Nos lugares onde vamos, principalmente os operários terceirizados e os setores mais pobres e explorados da classe, demonstram uma forte disposição e compreensão da necessidade de lutar.

Quando falamos que no dia 10 vai ter paralisação nacional, ouvimos muitas respostas positivas: “tem que parar mesmo“; “estava mais do que na hora“; “tem que ser o dia todo“;  “tem que ser greve por tempo indeterminado“; “tá na hora de botar esses bandidos para correr“; “devia era jogar uma bomba naquele Congresso“.

Totalmente diferente do que dizem as lideranças do PT no movimento e as demais burocracias sindicais e direções traidoras, assim como certas correntes do PSOL. Eles tentam jogar água fria na luta de classes e dizem que a classe trabalhadora está acuada e despreparada para o enfrentamento. Quem não quer nada são as direções pelegas, que fazem o jogo do patrão e que só querem fazer campanha eleitoral para 2018.

A categoria de trabalhadores rodoviários é um exemplo disso. Na panfletagem que fizemos, é quase unanimidade a animação dos trabalhadores com a paralisação. Quando sugerimos que eles pressionem o sindicato, eles respondem: “nosso sindicato é patronal“.

Desde a greve geral do dia 28 de abril a direção do sindicato de rodoviários de Aracaju era contra a participação na greve geral. Chegou ao cúmulo de brigar publicamente com a direção estadual da Força Sindical, que tinha orientado a participação na greve. Depois disso o sindicato se desfiliou da Força e se aliou com a CUT. No dia 30 de junho construiu a greve na marra, por pressão da base. Agora, nas vésperas da paralisação nacional do dia 10, o sindicato ainda não convocou a categoria.

Os trabalhadores dizem, “a gente só precisa de um incentivo. Basta colocar um carro de som e fazer uma barreira aqui na frente, que a gente para“. A CUT, que hoje é direção desse sindicato, não fez o mínimo esforço para construir a unidade do dia 10. A única atividade até agora convocada pela central, envolve uma única base, de professores estaduais, que vão fazer um ato como parte da atividade do congresso desta categoria. Não fizeram nem o esforço de propor um ato unitário.

A CSP-Conlutas, que é a menor central, da qual nossos militantes ajudam a construir, está se preparando para um grande dia de luta, paralisações e outras ações com trabalhadores petroleiros, da indústria de cimento, trabalhadores desempregados, do campo, técnicos e professores da universidade federal e movimento de bairro. Estamos dando a batalha para tentar unificar pelo menos o ato na tarde, mas nossos maiores esforços estão voltados para construir as paralisações nas categorias.

Os atos de rua são importantes, mas não adianta só marchar na avenida. Diferente das suas direções, a classe trabalhadora sente a necessidade de uma greve geral para derrubar as reformas, Temer, os governos de bandidos e o congresso nacional financiado pelos patrões.