Audiência discutiu o despejo em São José dos Campos

No último dia 16 de março ocorreu no Plenário da Assembléia Legislativa de Santa Catarina uma audiência pública que debateu a criminalização dos movimentos sociais em Santa Catarina e no Brasil e a violenta desocupação dos moradores do Pinheirinho.

A audiência foi organizada pelo Comitê Florianópolis de Solidariedade aos Moradores do Pinheirinho e em Defesa da Moradia e pelo mandato da Deputada Ângela Albino (PCdoB). Do comitê fazem parte sindicatos, entidades estudantis, organizações de esquerda (a exemplo do PSTU) e ativistas que vieram tocando iniciativas de solidariedade aos moradores do Pinheirinho, como os dois atos que houve na cidade, um debate na calorada do DCE da UFSC, a distribuição de milhares de panfletos e outras importantes iniciativas.

A audiência foi bem representativa, contando com várias lideranças políticas e do movimento social de Florianópolis e de Santa Catarina, entre elas, Joaninha de Oliveira Johnson, da Central Sindical Popular (CSP-Conlutas) e do PSTU; a Deputada Ângela Albino (PCdoB); o Deputado Sargento Amauri Soares (PDT); o ex-deputado estadual Afrânio Boppré (Psol); o professor e urbanista Lino Peres, da UFSC; uma representação do mandato da Deputada Estadual Luciane Carminatti (PT) e representantes de entidades como a ANEL, o sindicato dos professores da rede estadual, da rádio comunitária do Campeche, do sindicato de processamento de dados de SC e outras entidades e movimentos.

Foi consenso entre os presentes o repúdio ao massacre organizado pelos Governos do Estado de São Paulo (Geraldo Alckmin – PSDB), a Prefeitura de São José dos Campos (Eduardo Cury – PSDB), a PM de São Paulo e o Poder Judiciário Paulista. Também foi denunciado a omissão do Governo Dilma diante do caso e exigido a imediata desocupação do terreno em benefício dos moradores.

Será encaminhada moção aos representantes dos três poderes na esfera federal, estadual (SP) e municipal (SJC/SP), além de representações da sociedade civil como a OAB exigindo a desapropriação do terreno do Pinheirinho em benefício de seus moradores violentamente desocupados, a reconstrução das casas, a indenização das famílias e a apuração e responsabilização pelo massacre do Pinheirinho.

O Pinheirinho também é aqui!
Uma das grandes motivações para a expulsão dos moradores do Pinheirinho de suas casas de forma cruel foi a especulação imobiliária. Em Florianópolis e nas demais cidades de Santa Catarina a especulação imobiliária também força os trabalhadores a morarem nas áreas de risco, na prática, expulsando-os das áreas seguras. Isso porque a especulação imobiliária inflaciona aluguéis, terrenos, casas e apartamentos nas áreas de segurança para morar.

Também na audiência foi denunciado a violenta agressão contra um ato dos trabalhadores do município de São José, cidade da Grande Florianópolis. Valmor Paes da Silva, dirigente sindical que foi um dos presos e agredidos durante a manifestação que ocorreu no dia 14 de março, denunciou a agressão sofrida e em seguida foi exibido um vídeo que mostrou toda selvageria da PM do Governador Colombo (PSD) a mando do Prefeito Djalma Berguer (PMDB).

Na audiência havia um representante do comando da PM de SC, Marco Aurélio Hoffmann, que chegou a dizer que as cenas de agressão explícitas exibidas eram “lamentáveis” e que os fatos seriam “apurados” e os “abusos punidos”. Sabemos que só com a luta e a pressão dos movimentos sociais e entidades da classe trabalhadora e da juventude é que isso de fato se concretizará. Também uma moção será encaminhada aos representantes do poder municipal, do governo de Santa Catarina e Federal exigindo investigação e punição dos culpados.

Tanto a forte especulação imobiliária de Florianópolis e região quanto a violência contra os trabalhadores do município de São José, mostraram que a realidade do Pinheirinho também é a realidade dos trabalhadores catarinenses. Da mesma forma que os trabalhadores do Pinheirinho, devemos sempre procurar ousar para lutar, porque só a luta muda a vida!