Para pagar os juros da dívida pública, o governo arrocha ainda mais os trabalhadores, fazendo de tudo para arrecadar mais. Para tanto, mantém congelada a tabela do IRPF, que, desde 1996, teve um reajuste de apenas 17,5%, contra uma inflação de 82,5% no período.

Isto significa que, se o limite de isenção do IRPF – hoje de apenas R$ 1.058 – fosse reajustado de acordo com a inflação, já deveria estar em quase R$ 1.700, o que livraria do imposto trabalhadores que recebem até este valor. Um trabalhador que ganhava 10 salários mínimos (R$ 1.000) em 1996 estava praticamente isento do imposto, e ao longo dos últimos oito anos, apenas por ter seu salário reajustado pela inflação, hoje ganha R$ 2.400, e tem a maior parte de seu salário sujeito ao IRPF, chegando a pagar a maior alíquota, de 27,5%. Devido ao congelamento da tabela, são confiscados deste trabalhador, todo mês, nada menos que R$ 120.

Desde 1998, a renda dos salários caiu 30%, sendo quase metade desta queda ocorrida no primeiro ano do governo Lula. Curiosamente, a arrecadação do IRPF se manteve no período, devido ao não reajuste da tabela.

Mantendo esta política, o governo perpetua um cínico e cruel confisco sobre os trabalhadores.

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  • Como é hoje a mordida do leão

    Quem recebe até R$ 1.058 não é descontado,

    Quem recebe de R$ 1.058,01 a R$ 2.115 é descontado em 15%,

    Quem recebe mais de R$ 2.115 é descontado em 27,5%

  • como ficaria com o reajuste de 55,3%

    Só seria descontado quem recebe mais de R$ 1.643,09

    Seria descontado em 15% quem recebe entre R$ 1.643,10 e R$ 3.286,20

    Seria descontado em 27,5% quem recebe mais de R$ 3.286,21

    Post author Rodrigo Ávila, especial ao Opinião Socialista
    Publication Date