Ativistas do movimento estudantil do Rio de Janeiro, Daina Bach e Bruno Alves dos Santos romperam com o P-SOL (e com a Corrente Socialista dos Trabalhadores) e
ingressaram no PSTU. As razões da ruptura são expostas numa carta escrita pelos companheiros. Publicamos abaixo alguns trechos da carta, cuja íntegra está no
Portal do PSTU

“(…) O projeto inicial do P-SOL se pautou pela oposição ao governo Lula: não aceitar a continuidade da submissão do país aos interesses dos bancos e do FMI, rejeitar a Alca, o pagamento da dívida externa, o corte dos direitos trabalhistas, previstos nas propostas de reformas Sindical, Trabalhista e Universitária.
Ao longo de sua construção, no entanto, o P-SOL foi demonstrando no movimento as contradições resultantes de seu modelo organizativo.

No Movimento Estudantil, a traição e o governismo da UNE, seu apoio à privatização das universidades públicas e o entrave das lutas são cada vez mais evidentes. Mesmo assim, o P-SOL continua agindo como se a UNE ainda fosse disputável (…). O mesmo acontece no terreno sindical, onde o atrelamento da CUT ao governo (…). Ainda assim, há uma grande resistência por parte de setores do P-SOL em aderir à Conlutas, mantendo seus cargos na CUT (…).

Parlamentares
Entre os parlamentares, as contradições são ainda mais graves e evidentes. Começaram com a presença de Heloisa Helena no Encontro nacional do PDT, no fim de 2004 (…). Mais tarde, quando se iniciou a crise de corrupção no governo Lula e a população começou em grande parte a perder a confiança não só no governo, mas em todo o Congresso, no parlamento burguês, os parlamentares, seguindo orientação da direção nacional, defenderam a antecipação das eleições, proposta baseada no fato de que a popularidade de Heloisa Helena havia subido nas pesquisas (…)

Depois veio a aceitação temporária de figuras como Maninha e Ivan Valente (…). E o mais complicado deles, Chico Alencar, que votou a favor da reforma da Previdência e agora entra como membro efetivo do P-SOL. Isso resultou na defesa da base do governo por parte de alguns desses parlamentares, com os votos em Aldo Rebelo (PCdoB) para a presidência da Câmara. Por último, o senador Geraldo Mesquita e o escândalo de cobrança de “mensalinho” (…). O P-SOL saiu em defesa do senador.

Construir o partido revolucionário
Todos esses equívocos partem de uma opção política equivocada, de priorizar o parlamento burguês (…) A atuação no parlamento deve servir aos interesses das lutas da classe trabalhadora, não a interesses pessoais (…). Um partido sem essa estrutura acaba sendo administrado pelos parlamentares, que deliberam políticas individualmente, desrespeitando as decisões do partido (…).

Por esse motivo, é essencial a construção de um partido revolucionário, um partido que não seja refém de consensos com setores que não têm compromisso com a revolução.
Respeitamos a opção feita pela CST, assim como reconhecemos a luta dos demais valorosos companheiros que se dedicam à construção do P-SOL, mas discordamos da opinião de que é possível ganhar o P-SOL para a revolução, e por isso fazemos um chamado a estes e todos os que acreditam na construção da Revolução Socialista, para que venham construir conosco essa importante ferramenta de luta para a classe trabalhadora, que é o partido revolucionário. Venham construir conosco o PSTU”.

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