Um chamado às direções da CUT, MST e UNE: É necessária uma ampla unidade de ação das centrais e dos movimentos populares para derrotar essa politica econômica perversa

Na próxima sexta-feira, 13 de março, a CUT, o MST e a UNE estão convocando uma manifestação que, em seus materiais de divulgação, se colocam contra o ajuste fiscal do Governo Federal, em defesa da Petrobras e pela reforma política.

Diante da evidente polarização com a manifestação pelo impeachment de Dilma, convocada por setores de direita e apoiadas pelo PSDB e o DEM e marcadas para o próximo domingo, essas entidades denunciam que está a caminho um golpe dos conservadores contra um governo eleito.

O pronunciamento de Dilma, exibido na noite de domingo em cadeia nacional de rádio e televisão, mostrou a presidente petista defendendo firmemente o ajuste fiscal de seu governo. Ajuste este que, como sabemos, ataca direitos trabalhistas e busca jogar nas costas do povo trabalhador todo o peso da péssima situação da economia capitalista, enquanto as grandes empresas, bancos e o agronegócio seguem lucrando como nunca.

O pronunciamento de Dilma só demonstra que é necessária uma ampla unidade de ação das centrais sindicais e dos movimentos populares para derrotar esse ajuste perverso e a atual politica econômica, que só beneficia o grande capital.

Mas para que essa unidade seja de fato uma realidade e seja levada a cabo em direção à construção de um dia de paralisação pela derrubada do ajuste fiscal, rumo a uma greve geral, é mais que necessário e urgente que as direções da CUT, do MST e da UNE rompam com o apoio político que seguem dando ao governo Dilma do PT.

Só assim todos estarão de fato atuando na mesma direção, ou seja, a de apostar na mobilização direta da nossa classe para derrotar a política econômica e os ataques desferidos pelo governo do PT, do PCdoB, do PMDB e da sua famigerada base aliada.

Não será atrelando o futuro de nossas lutas ao destino desse governo corrupto e pró-patronal que vamos evitar que a direita se fortaleça. Por isso, apoiamos com toda a força as manifestações do ultimo dia 6 convocadas pela CSP-Conlutas e diversas outras entidades.

Se realmente o governo Dilma estivesse preocupado com o fortalecimento da direita, em primeiro lugar não nomearia um banqueiro para ministro da Fazenda, em segundo lugar adotaria medidas que atacassem o grande capital, como a suspensão do pagamento da dívida aos banqueiros, a proibição da remessa de lucros das multinacionais para o exterior, além de sobretaxar os bancos, as grandes empresas e as grandes fortunas. A opção do governo do PT já foi feita e, infelizmente, foi por atacar a nossa classe e a maioria do povo.

Poderíamos e deveríamos estar juntos na construção de um processo de lutas para derrotar a política econômica do governo do PT, do Congresso e da oposição de direita? Sim, mas desde que fossem manifestações para enfrentar Dilma e o Congresso e não para proteger o governo. Infelizmente, não é essa a realidade se apresenta. E isso não interessa em nada a luta em defesa de nossos direitos.

Na verdade, a CUT, o MST e a UNE tem mais uma boa oportunidade essa semana para finalmente romperem com seu apoio a esse governo.

Aguardemos os desdobramentos dessa semana decisiva e renovamos nosso chamado a uma luta comum desde que não sirva a uma manobra para defender um governo que já mostrou ao que veio.

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