Os trabalhadores rodoviários da capital do Amapá entraram em greve por tempo indeterminado no último dia 28. Os motoristas e cobradores de ônibus lutam contra a falta de diálogo da patronal. Os rodoviários querem reajuste de 16%, aumento do valor da cesta básica para R$ 180, plano de saúde, redução da jornada de trabalho e melhores condições de trabalho.

Altos lucros, baixos salários
Em 2007, as empresas de ônibus de Macapá lucraram R$ 16 milhões. Os empresários, porém, querem dar reajuste de apenas 5%, com redução da cesta básica. Além disso, são freqüentes os atrasos nos salários e todos os tipos de desrespeito aos direitos trabalhistas. Até agora, as empresas não apresentaram nenhuma negociação e esperam a decisão da Justiça.

A categoria, porém, resiste. A partir do terceiro dia de greve, o sindicato e os trabalhadores colocaram 40% da frota para rodar. Tal tática visa impedir que a greve seja considerada abusiva.

Desde o primeiro dia de greve, o sindicato e os ativistas fizeram uma verdadeira operação de guerra. Tanto para continuar com a greve quanto para guardar a segurança dos companheiros. O sindicato já sofreu atentado em abril com coquetel molotov e o dirigente da entidade Joinville Frota recebeu ameaças de morte por telefone na véspera da greve.

Democracia
A paralisação dos trabalhadores rodoviários foi construída através de um amplo processo democrático de discussão que envolveu toda a categoria. Foi realizada uma votação entre os rodoviários sobre a possibilidade de a categoria ir à greve ou, ao contrário, negociar os direitos com os patrões. A grande maioria da categoria demonstrou a disposição de ir à greve por melhores salários e condições de trabalho.

Post author da redação
Publication Date