É urgente uma forte campanha de solidariedade em defesa desses lutadores, com moções de apoio emitidas de todo o paísMotoristas e cobradores de ônibus do Amapá vivem em situação de escravidão moderna. Trabalham com carga horária de até 12h por dia, sem direito a hora-extra. As condições de serviço são subumanas: a frota de ônibus é velha e sucateada, causando todo tipo de doença por esforço físico.

O mais básico dos direitos, que é o de receber o salário no final do mês, também é desrespeitado. Os patrões “inventaram” um pagamento por lista que privilegia somente uma parte minoritária dos trabalhadores, deixando os demais na espera por longos dias após a data do recebimento.

É abominável a prática da discriminação de gênero imposta pela maioria das empresas que deixaram de contratar mulheres por motivo de gravidez, para não onerar a folha de pagamento.

O Sindicato dos Rodoviários é uma das entidades mais respeitadas do estado por sua luta não apenas econômica, mas política, ao associar a reivindicação salarial da categoria com o apoio às lutas sociais contra o aumento da tarifa e as reformas neoliberais de Lula (PT), do governador Antônio Waldez (PDT) e do prefeito de Macapá João Henrique (PT).

Para intimidar o sindicato e a categoria, a patronal vem fazendo promessas de demitir toda a diretoria. Sua declaração de guerra não fica apenas nas palavras: nos últimos meses, mandou dois diretores para a rua.

A única forma de barrar esses ataques é não nos isolarmos no estado do Amapá. Nossa luta tem de tomar uma dimensão nacional ou será derrotada. A patronal tem seus aliados em diversos ramos da sociedade, inclusive no Judiciário. Por isso, é tão importante esta campanha de solidariedade de outras entidades de classe em nível nacional.

No dia 18 de dezembro, acontece a audiência final pela reintegração de um dos demitidos, o motorista Gesiel da empresa Cidade de Macapá. A primeira audiência no Estado do Amapá foi desfavorável aos trabalhadores, aliás como na maioria das vezes. Agora quem julgará é o Tribunal do Pará. É preciso que dezenas de moções cheguem até essa instituição exigindo o direito de liberdade sindical e a reintegração de nosso diretor.

Em audiência recente, em que foi negada a reintegração, Gesiel foi “curto e grosso” ao responder ao juiz, quando indagado da possibilidade de negociar sua demissão: “não aceito vender a minha estabilidade porque ela pertence a toda categoria que me elegeu para lutar pelos nossos direitos, quero retornar ao meu posto de serviço”.

Veja, abaixo, o modelo de moção. Enviar para o Tribunal de Justiça do Trabalho, ao Dr. Orcélio de Jesus Carneiro de Morais, pelo e-mail [email protected] ou para o juiz da 3ª Vara do trabalho, pelo fax (96) 3224 3402. Enviar cópia para o Sindicato dos Rodoviários ([email protected]).

MOÇÃO PELA IMEDIATA REINTEGRAÇÃO DOS DEMITIDOS NAS EMPRESAS DE ÔNIBUS DO AMAPÁ
Cientes da situação caótica a que estão submetidos os trabalhadores rodoviários do Amapá, tanto no aspecto das condições trabalhistas como da censura da livre liberdade sindical, vimos através deste documento expressar nossa total solidariedade àquela categoria.

É preciso exigir respeito aos trabalhadores desse país. Quem luta de forma abnegada pela melhoria do transporte coletivo não deve ser penalizado com demissão sumária. Ações desse nível relembram tempos obscuros e reacionários que deveriam ter ficado para trás na história, mas infelizmente persistem.

Exigimos a reintegração imediata do diretor sindical Gesiel!