`MilitantesOs rodoviários do Amapá vivenciam hoje uma dura realidade. Após um acordo coletivo vitorioso que retirou uma reposição salarial de 17% em julho deste ano, a patronal investiu duramente sobre a categoria e foi aos poucos, com a ajuda da Delegacia Regional do Trabalho-DRT/AP, dirigida em boa parte por ex-sindicalistas do PT, subtraindo suas vitórias e voltando a implementar na calada da noite o banco de horas, o contrato temporário de trabalho, encurtando o horário das linhas e reduzindo a frota. O sindicato durante meses vem denunciando essa situação e exigindo uma postura dos órgãos governamentais.

Chegamos ao cúmulo de ter uma das maiores empresas de ônibus da cidade, a Estrela de Ouro, com três meses de salário atrasado, além de férias e horas-extras. O valor referente ao INSS não é recolhido e o do fundo de garantia há anos não é depositado. Reunidos em assembléia, os trabalhadores decidiram ocupar por tempo indeterminado o sindicato patronal (SETAP), como formar de agilizar o processo emperrado na Justiça.

`AsA ocupação se deu no dia 10 e na tarde do dia 11 de dezembro. Após liminar do juiz da Justiça do Trabalho, a categoria foi traiçoeiramente agredida pela recém-criada polícia de choque estadual. Dezenas de companheiros (as) saíram feridos, com cabeças e braços quebrados.

Toda a diretoria do sindicato foi presa, inclusive o presidente e o vice, Joinville Frota e Carlos Clay, ambos militantes do PSTU. Após a desocupação, ocorreu uma passeata de protesto até a prefeitura, para cobrar explicações do prefeito João Henrique (PT), que o momento está omisso.

`MilitanteA categoria, reunida horas depois no sindicato, deliberou por paralisação geral nos transportes públicos no dia 16/12, e fará um ato dia 11/12, em frente à Justiça do Trabalho, questionando a parcialidade da mesma. A cidade ainda está atônita com o comportamento grotesco deste ato sobre os trabalhadores que relembra a ditadura militar. O sindicato, no dia de hoje, jogou milhares de panfletos na cidade denunciando essa situação e chamando a população a se solidarizar.

  • Proteste contra a repressão aos rodoviários do Amapá